Se Ideli tem de se explicar, articulação vai mal mesmo
Ministra das Relaes Institucionais ter prestar esclarecimentos Comisso de Fiscalizao e Controle da Cmara sobre denncias de irregularidade na compra de lanchas pelo Ministrio da Pesca; prova de que o Planalto realmente no consegue se entender com a base no Congresso
247 com Agência Brasil - A ministra de Relações Institucionais do Palácio do Planalto, que tem como missão mediar as relações do governo com sua base no Congresso Nacional, terá de se explicar em Comissão da Câmara dos Deputados. Por 8 votos a 7, a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara aprovou a convocação da ministra Ideli Salvatti para dar explicações sobre possíveis irregularidades na compra de 28 lanchas-patrulha, adquiridas entre dezembro de 2008 e março de 2011 pelo Ministério da Pesca.
Se nem a ministra responsável por se entender com os deputados da base está conseguindo lidar com eles -- a ponto de evitar o desgaste de uma convocação -- é porque a situação do Palácio do Planalto não está confortável mesmo.
O Ministério da Pesca foi comandada por Ideli no início do governo da presidenta Dilma Rousseff. Apesar de a compra ter sido feita durante a gestão de seu antecessor na pasta, o ex-ministro Altemir Gregolin, há suspeitas de que a empresa Intech Boating, que vendeu as lanchas, seria doadora de campanha de Ideli ao governo de Santa Catarina, em 2010. O contrato está sob análise do Tribunal de Contas da União.
A votação do requerimento contou com votos favoráveis de deputados de partidos que integram a base do governo, como o PP. O PR, que era da base e por divergências com o Planalto adotou uma postura independente na Casa, também votou a favor do requerimento. "Não se trata de vacilo [da base aliada]. Tivemos um problema de quórum [baixo] e deputados de partidos da própria base votando a favor do requerimento", disse o deputado Odair Cunha (PT-MG).
Durante o processo de votação, Cunha ainda tentou chamar deputados da base para rejeitar o requerimento, mas não teve sucesso. "Esse requerimento é um absurdo, ela não é responsável pela assinatura do contrato e ele [contrato] não foi feito no período em que ela era ministra", argumentou Cunha.
Já o deputado Valderlei Macris (PSDB-SP), autor do requerimento, reconheceu que a aprovação de uma convocação de ministro é um fato não muito comum e atribui a vitória a um "cochilo" da base e também à falta de apoio da ministra no Congresso.
Para o parlamentar, a ministra tem que explicar as irregularidades no contrato. "Ela assinou um dos contratos e ela tem que explicar. Será que ela não tinha controle dos pagamentos que eram feitos? Não houve preocupação da ministra sobre esse contrato, se era um bom contrato?", questionou o tucano.
Como se trata de convocação, a ministra é obrigada a dar explicações dentro de 30 dias.
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