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Poder

Segue o baile em Brasília

A semana pós-recesso promete ser bem animada

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Acabou o recesso do Congresso e dos tribunais superiores e Brasília volta à normalidade. Deputados, senadores, juízes e funcionários dos dois poderes se dão ao direito – que as pessoas “comuns” não têm -- de interromper os trabalhos em julho e assim a cidade se esvazia, pois todos eles têm bastante renda para viajar pelo país e para o exterior nos recessos de julho, de dezembro/janeiro e nos enforcamentos. Direitos de casta, naturalmente.

A primeira semana política pós-recesso pode ser animada, principalmente depois das notícias e reportagens publicadas no fim de semana. Os temas são variados e amplos.

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Faxina – A limpeza que a presidente Dilma faz na área de transportes está pegando bem perante a população, mas mal perante os partidos que formam a base de apoio ao governo no Congresso. O raciocínio é aquele óbvio: hoje é o PR, amanhã pode ser o meu partido. E, se a presidente estiver mesmo disposta a combater a corrupção, o raciocínio está certo mesmo e ela terá muito trabalho. Só neste fim de semana há notícias de corrupção no Ministério das Cidades (PP), no Ministério da Agricultura e na Conab (PMDB, PTB e PT) e ainda no Banco do Nordeste, na Funasa, na Codevasf e – o que mostra bem a gravidade da situação – no Instituto Militar de Engenharia e no Ministério da Defesa. Há ainda pagamentos claramente irregulares, de auxílio-moradia, a procuradores e promotores no Ministério Público Federal.

Qual a novidade? Nenhuma. Todos em Brasília sabem que a corrupção está espalhada em praticamente todos os ministérios e órgãos do governo, sem falar no Congresso e em tribunais superiores. É epidêmica, ampla, geral e irrestrita. Não é privilégio de um único partido, ou de dois ou três. É geral. Em entrevista à IstoÉ, o procurador Marinus Mariscu, do Ministério Público do Tribunal de Contas da União, conta que para o TCU não houve novidade nenhuma nos escândalos dos transportes. Do mesmo jeito, o que a imprensa tem feito é dado detalhes e nomes a alguns bois. Que há roubo, todos sabem. A questão é investigar.

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Congresso – A base aliada magoada e desgostosa com o governo, porque a corrupção está sendo combatida, as emendas demagógicas não estão sendo liberadas e os afilhados políticos não estão sendo nomeados, promete retaliar no Congresso. O PR, tendo à frente o íntegro Valdemar Costa Neto, vai se reunir na terça, com a presença do inocente e indignado Luiz Pagot, para decidir o que fazer. O ex-ministro Alfredo Nascimento vai discursar no mesmo dia, e há expectativa sobre o que vai dizer. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, vai ser sabatinado pelo Senado na quarta e pode ser vítima de retaliações. Os deputados do PT, cujos líderes estão preocupados em o governo ficar sem apoio e pedem moderação a Dilma, também vão se reunir.

A oposição diz que vai atrás das quatro assinaturas que faltam para instalar a CPI dos Transportes, ou do Dnit, mas a tarefa não será fácil. A base de apoio ladra, mas não morde. Bem, até morde, mas em outro sentido.

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Delação – Oscar Jucá, irmão do líder de qualquer governo, Romero Jucá, foi demitido da Conab e agora acusa o ministro da Agricultura e outros de estar tão sujos quanto ele. Luiz Pagot, demitido do Dnit e que faz cara de inocente sem convencer ninguém, está sempre ameaçando contar tudo. Seu chefe Valdemar da Costa Neto insinua que sabe muito de muita gente. A República treme: o que o senador Alfredo Nascimento vai dizer em seu discurso? Comenta-se em Brasília que nos próximos dias será intensa a guerra de dossiês, produzidos não pela oposição, mas pelos partidos aliados, uns contra os outros. Vão espalhar no ventilador.

Uma boa solução seria assegurar delação premiada a todos eles e a quem mais quiser. Aceleraria o processo.

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Jobim – Pensem em um pavão. Daqueles que se acham superiores aos demais seres. Pensem numa pessoa mal-educada. Daquelas que cumprimenta achando ruim, de cara amarrada e que despreza os “inferiores”. Pensem em um constituinte que contrabandeou para a Constituição dispositivos que não haviam sido aprovados. Pensem em um juiz que, no Supremo Tribunal Federal, no tempo de Fernando Henrique Cardoso, era chamado de “líder do governo”. Pensem num civil que, por razões que a psicologia deve explicar, veste farda militar e faz pose de general. Pense num ministro da Defesa cujas maiores preocupações são fazer compras bilionárias de armamentos e garantir que militares não serão punidos por crimes cometidos na ditadura.

Claro que os minimamente informados pensaram em Nelson Jobim, o ministro da Defesa que Lula nomeou e Dilma manteve sabe-se lá por quê. O ministro que confessa ter votado em José Serra, e não na candidata apoiada pelo presidente com quem trabalhava e com a que agora trabalha. E que diz, em clara alusão ao governo no qual trabalha, que os idiotas perderam a modéstia. Jobim vai dar entrevista hoje ao Roda Viva e especula-se que pode ser demitido por Dilma nesta semana, apesar de amigos seus na imprensa exaltarem sua gestão na Defesa.

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Jobim é um idiota que não perdeu a modéstia, pois nunca foi modesto.

Ellen Gracie – A primeira mulher nomeada para o Supremo Tribunal Federal anunciou que vai se aposentar esta semana. Na verdade, já vai com algum atraso. Desde que deixou a presidência do STF, em 2008, Ellen Gracie perdeu o gosto pelo trabalho e aproveita qualquer oportunidade para viajar, deixando de comparecer a sessões. Para sair bem do STF e de Brasília, candidatou-se sem sucesso a dois postos no exterior (Corte Internacional de Justiça, em Haia, e Organização Mundial do Comércio, em Genebra). Poderia se aposentar em 2018, mas seria sacrifício demais para ela, para o Supremo e para o contribuinte. E já tem a aposentadoria integral, de R$ 26 mil, garantida.

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Copa da Fifa – José Roberto Torero escreveu na Folha que se recusa a chamar a Copa da Fifa de Copa do Mundo, ou Copa do Brasil. Tem toda razão: a Fifa, uma das organizações mais corruptas do mundo, faz e desfaz e é ela que manda. Ainda por cima, o Comitê Organizador Local está na mão da CBF e de Ricardo Teixeira, que em termos de corrupção nada fica a dever ao Ministério dos Transportes. A festa do sábado no Rio deveria ter sido paga pelo COL, mas o governador Sérgio Cabral e prefeito Eduardo Paes preferiram gastar R$ 30 milhões do povo carioca e fluminense. Para promover o Rio, disseram, como se eles mesmos acreditassem nisso.

A Veja diz que uma pesquisa mostra que oito em dez brasileiros acham que a Copa deixará uma imagem negativa para o Brasil. E que para 72% a palavra corrupção é a que mais representa a Copa no Brasil. É a Veja, claro, é preciso desconfiar. Mas qualquer um pode ver que esta Copa da Fifa tem sido a maior oportunidade para roubar em grande escala que já passou por este país.

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