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      Sem o padrinho Lula, Haddad tropeça em SP

      Inexperiente na poltica, o ministro Fernando Haddad ainda no conseguiu decolar nas pesquisas e tem enfrentado dificuldades na construo de alianas; o PC do B, por exemplo, j disse no ao ministro; o PMDB, idem

      Sem o padrinho Lula, Haddad tropeça em SP (Foto: DIVULGAÇÃO)
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      Evam Sena_247, em Brasília – O pré-candidato do PT para a prefeitura de São Paulo e ministro da Educação, Fernando Haddad, ouviu um não do presidente do PCdoB, Renato Rabelo, e do ex-ministro do Esporte, Orlando Silva, quarta em Brasília, quando tentava demover do partido a ideia de lançar o vereador Netinho de Paula como seu adversário. A aproximação de Haddad com o PCdoB foi considerada precipitada dentro do PT paulista. Em seguida, ele levou outro não, da presidente Dilma, quando pediu para sair do governo já em dezembro e se dedicar à campanha em São Paulo. “Você tem algum serviço como Papai Noel?”, ironizou a presidente.

      Sem o padrinho Lula, que se dedica ao tratamento contra o câncer, Fernando Haddad tem enfrentado dificuldades, na sua primeira experiência eleitoral. Para alguns petistas, a negativa de Rabelo fortaleceu o PCdoB e agora, para convencer os comunistas a não lançar candidato em São Paulo, a moeda de troca vai ser maior. A falta de aliados com peso político ao lado de Haddad preocupa o governo e a cúpula do PT. O episódio do PCdoB já leva correligionários do ministro a comentar que, longe do ex-presidente Lula, principal cabo eleitoral de Haddad que está afastado para tratamento de câncer, o pré-candidato começa fazendo lambança.

      Não é a primeira vez que Haddad comete gafes na pré-campanha. O ministro, em visita ao Itaim Paulista, bairro da periferia de São Paulo, se confundiu e agradeceu o apoio de Itaim Bibi, bairro de classe média alta da capital. Sobre o protesto de estudantes da USP sobre a presença de Policiais Militares no Campus, Haddad comentou: “não se pode tratar a USP como se fosse a Cracolância”. A declaração foi criticada por tucanos, como o pré-candidato à prefeitura Andrea Matarazzo, que sugeriu como melhor tratamento para a Cracolândia, o tratamento dos viciados e não a polícia.

      Declarado único pré-candidato do PT depois da intervenção de Lula e da presidente Dilma Rousseff, que levou os outros postulantes como a senadora Marta Suplicy a desistirem, Haddad enfrenta embates com alguns petistas paulistas e terá trabalho para unir o partido sem a ajuda de Lula. Uma das questões de discordância é a data para que ele deixe o Ministério da Educação para se dedicar somente à candidatura. O partido quer que ele saia logo, mas ele defende esperar até o ano que vem.

      Alianças frágeis

      Com a insistência de aliados do PT no plano nacional a lançarem candidatos próprios em São Paulo, Haddad terá que enfrentar a pulverização das eleições do ano que vem. O PMDB, mesmo depois de conversas com Lula, confirma o nome do deputado federal Gabriel Chalita (SP). O PT já sugeriu a vice ao peemedebista, de olho no tempo de TV do partido.

      O mesmo acontece com o PCdoB de Netinho, embora o presidente da legenda negue retaliação sobre a saída de Orlando Silva. "Levamos algum tempo sem candidaturas majoritárias e era o PT que sempre aparecia, mas agora queremos acumular forças", afirmou Rabelo. Com Netinho na vice, Haddad alcançaria as classes mais baixas, onde tem menos trânsito.

      Problemas na base aliada do governo Dilma também repercutem na formação de alianças em São Paulo. Aliados como PDT, PSB e PR estão mais pra o PSD do prefeito Gilberto Kassab e PSDB do governador Geraldo Alckmin, do que para o PT de Lula.

      Depois que viu o ex-ministro dos Transportes e senador Alfredo Nascimento (PR-AM) retirado do cargo, junto com indicações do partido, o PR mostra seu ressentimento em não poder indicar outro nome para a pasta, saiu da base aliada do governo Dilma e se recusa a apoiar Haddad. "O problema é o seguinte: enquanto não se resolver essas questões nacionais a gente não vai ser Haddad mesmo", resumiu um integrante da Executiva Nacional do partido, que em São Paulo, é controlado pelo vereador Antonio Carlos Rodrigues, suplente de Marta.

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