Temer nega ter pedido megadoação e diz que não traiu Dilma
Em entrevista concedida aos jornalistas Fábio Pannuzio, Sérgio Amaral e Eduardo Oinegue exibida neste sábado pela Band, Michel Temer disse considerara "desagradável" e "constrangedor" ter o seu nome citado pelo delator da Odebrecht Márcio Faria da Silva que disse ter participado de uma reunião na qual ele estava presente e onde foi acertada uma doação por meio de caixa 2 no valor de U$ 40 milhões para o PMDB; ele também disse que as relações com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que teve um papel fundamental no golpe parlamentar contra a presidente eleita Dima Rousseff, eram apenas "institucionais e que "jamais militou para derrubar a senhora presidente, como muitas vezes se diz"
247 - Em entrevista concedida aos jornalistas Fábio Pannuzio, Sérgio Amaral e Eduardo Oinegue exibida neste sábado pela Band, Michel Temer disse considerara "desagradável" e "constrangedor" ter o seu nome citado pelo delator da Odebrecht Márcio Faria da Silva que disse ter participado de uma reunião na qual ele estava presente e onde foi acertada uma doação por meio de caixa 2 no valor de U$ 40 milhões para o PMDB; ele também disse que as relações com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que teve um papel fundamental no golpe parlamentar contra a presidente eleita Dima Rousseff, eram apenas "institucionais e que "jamais militou para derrubar a senhora presidente, como muitas vezes se diz", afirmou.
"É uma coisa desagradável para quem está na vida pública há tanto tempo, graças a Deus sem manchas. É muito desagradável ouvir aquele depoimento. É constrangedor". Temer procurou minimizar o fato afirmando que "em 2010 fui candidato a vice. Havia permissão legal para pessoas físicas e jurídicas doarem. O que ocorreu é que dá a impressão de que ele foi o único empresário com quem tive contato. Tive muitos contatos com muitos empresários", afirmou. Segundo ele, em 2010, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) me disse na época que tinha um empresário que queria doar e que queria apertar minha mão. Ele me fez muitos elogios. Não tratamos de valores porque o objetivo central era ajudar o País. Foi uma coisa que me caceteou muito", disse.
Para Temer, o delação do ex-executivo foi "um depoimento sem muita consistência". Temer disse que as doações da Odebrecht foram legais e feitas ao partido. "A Odebrecht colaborou com a campanha. O valor foi de 11,3 milhões, como outras empresas também colaboraram, sendo que muitas até por uma razão singela. Queriam colaborar pelo partido nacional, pela agenda nacional", afirmou.
Ao ser indagado de sua relação com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha - que teve um papel fundamental no impeachment da presidente deposta Dilma Rousseff, Temer buscou enfatizar que as relações eram apenas "institucionais". "Minha relação com Cunha era institucional. Ele era muito persistente, hábil nas negociações que fazia. Teve ocasião que ele quis ser líder do partido, mas não achei conveniente. Era institucional. Não era pessoal. Tinha muito contato comigo, eu era presidente do partido, vice-presidente do país, mas a relação era institucional", afirmou.
"Uma ocasião ele (cunha) me procurou dizendo que ia arquivar todos os pedidos de impeachment por que prometeram-me os 3 votos do PT [votos necessários para que Cunha se livrasse do processo de cassação do mandato pelo Conselho de Ética da Câmara].Procurei a Dilma e disse a ela que ficasse tranquila que o Cunha havia me dito que ia arquivar todos os processos. No dia seguinte, vejo no dia seguinte o presidente do PT e membros do PT dizendo que não aceitavam e que iam votar contra ele. Se o PT tivesse votado naquela comissão de ética era provável que ela continuasse na presidência. Não falo por mi mesmo. "E quando conto isso é para contar, primeiro, que ele não fez o impedimento por minha causa. Segundo: jamais militei para derrubar a presidente, como muitas vezes se diz", assegurou.
Temer também criticou os posicionamentos do senador e ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) que vem elevando o tom contra o seu governo e que recentemente comparou a sua gestão à de Dunga na Seleção. "O Renan sempre foi de idas e vindas. Ele vai e volta. Quanto ao que ele disse do Dunga, acho que ele quis ter seu momento de Felipão, lembra os 7x1 da Alemanha", disparou.
Sobre manter uma equipe com inúmeros delatados, ele disse que está amparado por ampla maioria do Congresso Nacional. "Reconheço que tenho pequeno índice de popularidade, a imprensa me apoia em uns momentos e outros não. Meu apoio é o Congresso. Quando se alardeia lista com mais de 200 nomes, você tem uma multidão. A indignação é verdadeira. É mais que razoável. É quase assustador. Muita gente se pergunta como o Brasil pode ser governado? Sabíamos mais ou menos que seria isso. Temos que compreender esta indignação e encontrar gestos e fórmulas para custear esta indignação e fazer com que o país vá pra frente", disse.
"Quando assumi o governo assumi o compromisso de cortar na carne como o teto de gastos, e fazer algo que estava parado há 20 anos, a reforma do ensino médio, reforma trabalhista também. Na sequência, a reforma da Previdência. Tenho muito apoio político para isso. Depois vem a reforma política. Não vou invadir a competência do Congresso, mas posso ajudar muito nisso", afirmou.
Temer também defendeu a necessidade da reforma da Previdência e as alterações que foram feitas para tornar o projeto mais palatável pelos parlamentares e pela população . "Da forma que estávamos fazendo o projeto original daria para reduzir R$ 800 bilhões do déficit da previdência durante 10 anos. Do jeito que está talvez reduza em R$ 600 bilhões, R$ 550 bilhões", afirmou em relação às concessões feitas no texto original. "Eu tenho que ouvir o Congresso. Por isso fizemos um acordo para a reforma da previdência", disse. "É melhor ter uma redução de R$ 600 bilhões ou nenhuma redução?", disse.
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