Temer vê um Brasil maior do que a bolha da mídia
O presidente interino Michel Temer descobriu, no dia de ontem, que o Brasil é bem maior do que a redoma protetora dos meios de comunicação familiares, que se engajaram na derrubada da presidente Dilma Rousseff e, agora, tentam legitimar sua administração; em várias cidades, milhares de mulheres marcharam pela democracia e disseram que "a primeira mulher presidente voltará ao poder pelas mãos das mulheres"; à noite, panelaços em diversas capitais ocorreram enquanto Temer concedia uma entrevista ao Fantástico; blindagem da Globo não contém a onda de insatisfação popular com o golpe parlamentar no Brasil
247 – O presidente interino Michel Temer descobriu, ao longo do dia de ontem, que o Brasil é bem mais amplo e complexo do que sugere a bolha protetora dos meios de comunicação tradicionais.
Em São Paulo e em várias outras capitais, milhares de mulheres marcharam pedindo a volta da democracia. Disseram que "a primeira mulher presidente voltará ao poder pelas mãos das mulheres" (leia mais aqui).
A insatisfação popular explodiu, no entanto, durante a edição chapa-branca do Fantástico, da Rede Globo, que teve direito até a reportagem com os "brimos" de Temer no Líbano.
Quando Temer começou a falar, o Brasil explodiu em panelaços (leia aqui). Por mais que a mídia amiga, liderada pela Globo, tenha tentado encobrir a realidade, como fez Jorge Bastos Moreno (leia aqui), a ira popular revela que Temer terá grandes dificuldades para se legitimar no poder.
Se isso não bastasse, também já demonstram insatisfação empresários, que não engolem a nomeação de um bispo da Igreja Universal no Ministério do Desenvolvimento (leia aqui), e também senadores que votaram pela admissibilidade do projeto.
Assista, abaixo, ao vídeo do panelaço, produzido pelos Jornalistas Livres:
Leia, abaixo, reportagem sobre a entrevista de Temer:
Temer afirma na TV que não será candidato à reeleição em 2018
Michel Temer disse que, caso confirmado no cargo até 31 de dezembro de 2018, pretende reduzir o desemprego e entregar à população um país pacificadoArquivo/Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O presidente interino Michel Temer afirmou hoje (15) que não tem a intenção de se candidatar à reeleição. Em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo. Temer disse também que, se for confirmado no cargo para cumprir o mandato até 31 de dezembro de 2018, pretende reduzir o desemprego e entregar à população um país pacificado.
O presidente interino acrescentou que, caso cumpra essas tarefas, se dará por satisfeito. “Se cumprir essa tarefa, me darei por enormemente satisfeito.” Diante da insistência da repórter em questionar se ele não será candidato em nenhuma hipótese, Temer respondeu: “É uma pergunta complicada 'nenhuma hipótese'. De repente, pode acontecer, mas não é minha intenção. E é minha negativa. Estou negando a possibilidade de uma eventual reeleição, até porque isso me dá maior tranquilidade. Não preciso, digamos, praticar atos conducentes a uma eventual reeleição. Posso até ser impopular, desde que produza benefícios para o país.”
Sobre as críticas pela ausência de mulheres nos cargos de ministros em seu governo, Temer destacou que o mais importante não é ter o rótulo de ministro. Afirmou que um dos cargos de maior destaque da Presidência da República, que é a chefia de gabinete, é ocupada por uma mulher.
Informou ainda que serão ocupados por mulheres cargos de destaque nas secretarias de Cultura, Ciência e Tecnologia e das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.
Centrais sindicais
Na entrevista, Temer disse ainda que vai demitir ministro que cometer irregularidades. “Se houver um equívoco, ou equívocos administrativos, e, no particular, se houver irregularidades administrativas, eu demito o ministro”, assegurou o presidente interino, que tomou posse e empossou os novos ministros na quinta-feira (12).
O presidente interino Michel Temer deve se reunir na tarde desta segunda-feira (16) com centrais sindicais para debater propostas de mudanças na Previdência Social. O encontro está previsto para ocorrer às 15h, no Palácio do Planalto. Foram convidados a participar centrais como UGT e Força Sindical. também devem participar da conversa os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Trabalho, Ronaldo Nogueira.
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