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Teoria e prática muito distantes

Colegas de outros veículos, assim como eu, aguardavam a chegada do governador do DF, Agnelo Queiroz, para questioná-lo sobre as denúncias do Esporte. Mas ele preferiu fugir dos jornalistas

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Em casa de ferreiro, o espeto é de pau. O ditado, antigo, me veio à cabeça depois de presenciar um dos fatos mais estranhos na rotina de repórter: ver uma secretária de Comunicação se esconder dos jornalistas. Sim, isso aconteceu. Em Brasília. Precisamente entre 16h e 18h05 da última terça-feira, 18 de outubro de 2011.

Colegas de outros veículos, assim como eu, aguardavam a chegada do governador do DF, Agnelo Queiroz, ao aeroporto, para questioná-lo sobre as denúncias envolvendo a gestão dele à frente do Ministério do Esporte (não vou detalhar, porque isso não é matéria, é apenas um artigo). O governador – que desde quinta-feira não fala com a imprensa – ainda não tinha sido abordado sobre o tema e os repórteres viram no embarque uma chance de questioná-lo.

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Diferentemente do atual ministro do Esporte, Orlando Silva, que vem concedendo entrevistas e esclarecimentos desde sábado, quando a primeira denúncia veio à tona na revista Veja, Agnelo preferiu fugir dos jornalistas. OK. Eu diria que a opção dele pode até ser compreensível. Agnelo não seria a primeira autoridade a se esquivar de questionamentos em meio a um contexto de denúncias (provavelmente não será a última).

O choque veio quando eu e os demais colegas percebemos que da brincadeira de esconde-esconde – coordenada por dezenas de seguranças do GDF – participava também a secretária de Comunicação, a jornalista Samanta Sallum. Logo ela que, no dia 8 de outubro, disse em evento do Sindicato dos Jornalistas que um dos maiores desafios que enfrenta no GDF é o de convencer gestores a concederem entrevistas. "A eles explico: é obrigação, não favor, do ente público prestar contas de seu trabalho à sociedade", disse Samanta. Pelo visto ela ainda não conseguiu convencer o governador, nem a si mesma, como gestora pública que se tornou, desde 1º de janeiro.

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A cena foi patética. Dos cinco integrantes da comitiva, apenas Samanta e Agnelo embarcaram às escondidas, com a ajuda de policiais federais, tal qual pessoas que devem e temem. Sobrou para o vice-governador, Tadeu Filippelli, bem mais tarimbado do que o governador. Ao chegar ao aeroporto, onde foi encontrar Agnelo, precisou responder aos jornalistas, constrangido, por que o governador fugia da imprensa. "Não tá fugindo não, gente, ele só tá cansado, chegou muito tarde ontem", disse Filippelli.

Desculpa, vice-governador, mas cansado Agnelo não deve estar não. Diferente de mim e do senhor, ele descansou de quinta a segunda, em Buenos Aires, onde tem ido com frequência rotineira, inclusive em dias de semana. Ele só pode estar cansado de tanto fazer as malas. Para onde será a próxima viagem?

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Priscila Mesquita é jornalista do Brasília 247

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