Trinta perguntas para o bicheiro Carlos Cachoeira
Qual foi seu papel na campanha de Marconi Perillo em 2010? Como a Delta entrou no Distrito Federal? Quantas reportagens foram plantadas na imprensa nos últimos anos? Qual era a sua relação com a Gtech no início do governo Lula? Eis algumas das muitas questões que podem ser feitas ao maior contraventor que o Brasil já conheceu
247 – Não se sabe se o contraventor mais famoso do País irá abrir a boca hoje, às 14h, na sessão mais importante da CPI Mista do Congresso Nacional, que investiga suas relações com empresas, governos e jornalistas. No que depender de seu advogado, o ex-ministro Marcio Thomaz Bastos, Cachoeira entrará mudo e sairá calado.
É um direito que lhe assiste, mas as perguntas poderão ser mais importantes para o futuro da CPI do que as respostas. Por isso mesmo, preparamos algumas sugestões para os parlamentares que irão inquiri-lo nesta tarde. Leia:
1) No início do governo Lula, o senhor se apresentava como “empresário de jogos” e assim era tratado pela revista Veja. O senhor era também sócio da multinacional americana Gtech e pretendia fortalecer, na Caixa Econômica Federal, o negócio de loterias eletrônicas. Qual é a relação disso com as denúncias feitas contra Valdomiro Diniz, ex-assessor de José Dirceu, e Rogério Buratti, ex-assessor de Antônio Palocci?
2) Antes de ser publicada na revista Época, a fita gravada pelo senhor com imagens de Valdomiro Diniz foi usada para tentar extorquir o ex-assessor da Casa Civil, conforme ficou demonstrado na CPI da Loterj, no Rio de Janeiro. O que o senhor queria que Valdomiro Diniz entregasse e por que não houve acordo?
3) Ernani de Paula, ex-prefeito de Anápolis, sua cidade natal, declarou em entrevistas que o senhor pretendia fazer com que o senador Demóstenes Torres se tornasse secretário Nacional de Segurança. Qual seria o papel de Demóstenes na legalização do jogo e dos bingos?
4) Por que um de seus arapongas, chamado Jairo Martins, filmou Maurício Marinho recebendo uma propina nos Correios e por que as imagens foram repassadas à revista Veja? Qual era o seu objetivo ao produzir a denúncia que deu origem à crise do mensalão?
5) Como nasceu sua relação com Policarpo Júnior? Quantas reportagens o senhor produziu para a revista Veja?
6) Por que, na CPI da Loterj, Veja saiu em sua defesa e acusou os deputados da comissão de tentarem extorqui-lo? O senhor temia ser preso em 2005? A reportagem de Veja o ajudou?
7) Em Goiás, o senhor se tornou produtor de remédios genéricos, com o Vitapan, e criou também um instituto de certificação, em parceria com outro empresário do setor farmacêutico, chamado Marcelo Limírio. A intenção era fiscalizar o que vocês próprios produziam?
8) Consta que sua ex-mulher, Adriana Aprígio, não quis pagar os honorários de R$ 15 milhões do advogado Marcio Thomaz Bastos. É Marcelo Limírio quem paga?
9) De onde saem os recursos que custeiam os honorários de Thomaz Bastos?
10) Marcelo Limírio é sócio do senador Demóstenes Torres numa faculdade em Contagem. O senhor tem alguma participação na sociedade?
11) Por que o senhor decidiu morar numa casa que pertenceu ao governador Marconi Perillo? Quanto pagou por ela? De que forma?
12) Por que o imóvel, antes de chegar às suas mãos, passou por um laranja do empresário Walter Paulo, da Faculdade Padrão?
13) Qual foi seu papel e do sargento Idalberto Matias, o Dadá, na campanha do governador Marconi Perillo, em 2010? É verdade que um de seus sítios, nos arredores de Brasília, foi utilizado como Quartel General de campanha? Que tipo de material era produzido pelo sargento Dadá?
14) Quanto a Delta doou à campanha de Perillo em 2010? Como o senhor tornou uma espécie de embaixador plenipotenciário da Delta, em Goiás e no Centro-Oeste?
15) A Delta saiu praticamente do zero, em Goiás, para contratos de mais de R$ 450 milhões, sob sua “gestão”. Qual era o grau de conhecimento de Fernando Cavendish, dono da empreiteira, sobre sua atuação, e como os resultados da subsidiária em Goiás eram comemorados pela companhia?
16) Quantas pessoas o senhor nomeou no governo de Marconi Perillo em Goiás?
17) Grampos revelam que o senhor também se interessou por contratos da Delta em São Paulo. Em que regiões do País o senhor atuava?
18) Num dos grampos da Polícia Federal, o senhor disse a Claudio Abreu que tentou convencer Policarpo Júnior que não foi José Dirceu quem fez com que a Delta entrasse no Distrito Federal. Quem foi?
19) Por que o senhor demonstrou insatisfação com o início do governo de Agnelo Queiroz, no Distrito Federal? Que reportagens foram plantadas nas revistas semanais contra o governador?
20) Num dos grampos, o sargento Dadá relata ao senhor que o deputado Fernando Francischini (PSDB/PR) pretendia transferir seu título de eleitor para o Distrito Federal, onde seria candidato a governador. O senhor pretendia apoiá-lo?
21) Já se sabe que um grampo foi instalado no carro de Claudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do governador do Distrito Federal. Dadá vinha grampeando outras autoridades do Distrito Federal?
22) Quantas pessoas faziam parte do clube Nextel? O deputado Protógenes Queiroz (PC do B/SP) utilizou um desses rádios? Por que houve uma tentativa de aproximação entre Protógenes e a Delta.
23) Num dos grampos, o senhor comemora a queda de Luiz Antônio Pagot, do Dnit. Que problemas ele vinha criando para a Delta?
24) Por que o senhor tentou comprar o partido de Levy Fidélix?
25) Por que vinha montando uma estrutura própria de imprensa em Goiás?
26) Quanto o senhor gastou com o senador Demóstenes Torres em presentes, propinas e vinhos como o Cheval Blanc 1947?
27) O senhor pretendia trabalhar para fazer de Marconi Perillo candidato à presidência da República em 2014?
28) Foi o senhor quem gravou a conversa entre o senador Demóstenes Torres e o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que foi publicada em Veja e deu fim à Operação Satiagraha?
29) Onde está o áudio desta conversa?
30) Depois de se infiltrar em todos os poderes (Executivo, Judiciário, Legislativo e imprensa), onde o senhor pretendia chegar? Sonhava em ser um Michael Corleone tupiniquim?
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