Uma eleição bilionária, sem o efeito Cavendish
Candidatos já arrecadaram R$ 1,4 bilhão, numa das disputas municipais mais caras da história do País. Risco de que os empreiteiros não doassem, devido ao fato de um deles, Fernando Cavendish, ser alvo de uma CPI, não se confirmou. Ou talvez por isso mesmo a CPI tenha sido abruptamente suspensa
247 – No início da campanha municipal deste ano, o que se ouvia era uma ladainha só. Os empresários estão temerosos. Não estão doando. Falava-se até em "efeito Cavendish", uma vez que Fernando Cavendish, o dono da construtora Delta, a maior empreiteira do PAC, se tornou alvo secundário de uma CPI no Congresso Nacional.
Pois bem: o primeiro balanço de arrecadação acaba de ser divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral e o que se constata é que o Brasil vive uma das mais caras campanhas municipais de todos os tempos. Candidatos a prefeito e vereador já arrecadaram R$ 1,4 bilhão – dos quais R$ 615,6 milhões ficaram com os "prefeituráveis" e R$ 779,5 milhões com os potenciais vereadores.
São Paulo concentra a maior parte da arrecadação, com R$ 278,2 milhões, seguida por Minas Gerais, com R$ 159,8 milhões, Bahia, com R$ 97,5 milhões, e Rio de Janeiro, com R$ 84,0 milhões.
Até agora, a campanha mais cara do País é a de Fernando Haddad, do PT, que declara ter gasto mais de R$ 15 milhões nas primeiras semanas da campanha. A maior doadora é a construtora OAS, seguida de outras empreiteiras, como Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa.
O efeito Cavendish não produziu efeitos na arrecadação dos candidatos, mas o Congresso Nacional tomou uma providência: suspendeu os trabalhos da CPI até o fim das eleições municipais, o que gerou o protesto de parlamentares, como o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que há anos tenta investigar as relações entre políticos e empreiteiras. Simon pretende levar ao Conselho de Ética os responsáveis pela CPI do caso Cachoeira.
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