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Visita à Índia pode inspirar a criação de um Rafale franco-indo-brasileiro

Para baratear os custos da troca da frota de caas da FAB, governo Dilma no descarta ressuscitar um velho projeto debatido em 2002, de produzir um mesmo avio com os indianos

Visita à Índia pode inspirar a criação de um Rafale franco-indo-brasileiro (Foto: Divulgação)

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247 - A presidente Dilma Rousseff quer aproveitar da ida à Índia para abordar um assunto-herança do governo Lula. O Brasil quer obter informações sobre o caça francês Rafale, que tem sido negociado pelos indianos.

Depois da cúpula do Brics, Dilma dará início a uma visita bilateral a Índia, que pode ser chave para a decisão de Brasília sobre a compra de 36 aviões caças. Na licitação, estimada em US$ 5 bilhões, competem os caças Rafale, da francesa Dassault, o F/A-18 Super Hornet, da americana Boeing, e o Gripen NG, da sueca Saab.

Analistas e fontes do governo brasileiro disseram que a decisão da Índia de entrar em negociações exclusivas com a França para a compra de 126 Rafales - uma licitação estimada em US$ 12 bilhões - pode ajudar a convencer o Brasil a optar pelo mesmo avião. A subsecretária política da chancelaria brasileira reconheceu o interesse do Brasil por uma "troca de ideias e impressões" sobre a recente opção indiana pelo Rafale. "A decisão da Índia, não formalizada, pode ter um impacto na decisão do Brasil, porque mostra que o Rafale (que até agora nunca foi vendido a outro país) já tem um cliente", disse à AFP o diretor do site especializado Defesanet, Nelson During.

Segundo a Folha, a Dassault anunciou que, vencedora, poderia montar 30 dos 36 aviões no Brasil. Só que depois da escolha indiana, analistas questionam se o fabricante francês teria como fazer duas operações industriais desse porte no exterior. Além disso, o ministro Celso Amorim (Defesa), que esteve na Índia no mês passado, disse ao Planalto que as condições de venda do Rafale são melhores na Índia, o que é natural dada a escala do negócio: aqui, são 36 unidades, contra os 126 lá. O Brasil e a Índia poderiam ressuscitar "um velho projeto debatido entre ambos os países em 2002, de se articular para produzir um mesmo avião", transformando o Rafale num caça franco-indo-brasileiro, é especulada.

Mas por enquanto, o Brasil não pretende tomar nenhuma decisão sobre os aviões caças. Dilma pretende esperar sua reunião com o presidente americano Barack Obama na Casa Branca, no dia 9 de abril, e as eleições francesas de maio, informou recentemente uma alta fonte do governo.

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