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      Volta, Cachoeira!

      Ou Marconi Perillo admite logo que era amigo do bicheiro ou a Justiça liberta logo Cachoeira. Só assim Goiás não ficaria sem governador e Marconi teria sua liderança de volta

      Alexandre  Braga avatar
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      Desde o dia 29 de fevereiro, quando a Polícia Federal prendeu a "liderança" (Termo de reverência que o governador tratava o bicheiro, segundo as escutas da PF) de Marconi Perillo, na casa de luxo em um Condomínio AlphaVille, em Goiânia, o Estado de Goiás vem sofrendo com uma paralisia administrativa e política. Sem rumo e com a maior rejeição da história dos governantes goianos, Marconi Perillo vaga pela terra do pequi tentando explicar em eventos que Cachoeira não era o governador e que ele não era liderado pelo bicheiro.

      Isolado politicamente, Marconi  hoje já enfrenta ataques até dos seus principais "aliados", os deputados tucanos Jardel Sebba presidente, do Legislativo Estadual, e de seu líder na Casa, Helder Vallin. Os dois praticamente vetaram as mudanças que o governador pretendia fazer em algumas secretarias, e pra espanto de todos, Marconi recuou e apenas preencheu as pastas que estavam sem seus titulares, como no caso do DENTRAN-GO.

      Na AGECOM (Órgão responsável pela comunicação do governo), onde está o pupilo de Jardel, o governador voltou atrás e cedeu à chantagem do presidente da Assembleia, que ameaçou apresentar um projeto de lei que dizia que todos os secretários estaduais deveriam ter como requisito disputar uma eleição para assumir uma secretaria no governo goiano. Mas a reação dos deputados é bastante natural, principalmente depois das revelações da Operação Monte Carlo, em que ficou evidenciado que Carlinhos Cachoeira mandava no Estado, e quem achavam que era o rei, não era rei de nada!

      Se até o governador o chamava de liderança, os deputados tucanos ficaram à vontade para nomear e exonerar no governo de Goiás. Afinal, em casa de viúva todos querem mandar. O ato no legislativo mostra a fragilidade de Marconi Perillo, porque até poucos meses atrás, a Assembleia Legislativa de Goiás não passava de um comitê eleitoral do PSDB, segundo acusações à oposição, onde seu presidente mantinha fidelidade canina a Marconi.

      A crise é tamanha que dezenas de prefeitos e candidatos da base do governo estadual já jogaram a tolha. Eles sonhavam com apoio do governo, mas depois da cachoeira que varreu Goiás, quem está precisando de apoio é o governador. "Quem vai ter a coragem de receber Marconi Perillo em seu palanque na eleição deste ano?", questionou um prefeito de uma cidade goiana.

      Quanto mais Marconi Perillo nega sua ligação com Carlinhos Cachoeira, mais ele fica enrolado porque as novas evidências apontam para uma relação íntima. Como no caso da compra da casa de luxo, que o tucano disse que não sabia pra quem foi feita a venda no valor de R$ 1,4 milhão. Logo depois, foi revelada na CPMI no Congresso Nacional, pelo delegado da Polícia Federal Matheus Mela Rodrigues, que ele recebeu três cheques do sobrinho de Carlinhos Cachoeira.

      Do jeito que a situação está feia e com a falta de credibilidade de Marconi Perillo, com uma reprovação que bate na casa dos 60%, era melhor o governador abrir o jogo e "lereiar" de vez. Fazer como deputado federal, Carlos Alberto Léria, assumir que era amigo do Carlinhos Cachoeira e pronto. Seria um fim menos melancólico para o inquilino do Palácio das Esmeraldas. Outra saída para o bem do Estado, e para o fim do colapso administrativo, seria a Justiça Federal. Libertar Carlinhos Cachoeira o mais rápido possível. Só assim Goiás não ficaria sem governador e Marconi teria sua liderança de volta.

      Alexandre Braga é jornalista

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