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Brasília

Alimentando mentes, sonhos e esperança

Um programa de debates assumido pela CUT Brasília traz à tona questões fundamentais da realidade e se constitui num importante instrumento de atualização e formação de dirigentes sindicais

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Entre as tarefas essenciais do movimento sindical está a de conhecer e investigar a realidade, alimentar-se da sabedoria de especialistas para instigar a esperança e ajudar a realizar, com estratégias coletivas, sonhos de melhorias nas condições de vida e na construção de um mundo justo. E é muito animador quando vemos esse trabalho assumido e feito com disposição e qualidade, servindo de exemplo para vencer a apatia de muitos setores nas últimas décadas.

No último dia 2 de julho, mais de uma centena de dirigentes e militantes de movimentos sociais tiveram a oportunidade de se abastecerem de conhecimentos do professor da USP e do Mackenzie, jurista e filósofo do direito, Alysson Leandro Mascaro. Foi uma das palestras mais ricas e oportunas já feitas no Teatro dos Bancários, pelas análises e propostas apresentadas em relação à atual e efervescente conjuntura política, econômica e social do país.

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A exposição do professor, que vem sendo chamado, com propriedade, de jurista da esperança,  inaugurou a nova fase do Brasília Debate, que passou a ser promovido pela CUT Brasília.  Até então, o evento era uma iniciativa do Sindicato dos Bancários de Brasília, que já trouxe para ministrar palestras, entre outros estudiosos e pesquisadores, Marilena Chauí, Leonardo Boff, Emir Sader e Luiz Dulci.

É louvável a nova direção da CUT Brasília ter abraçado tal programa de debates, estendendo-o aos dirigentes de todos os sindicatos e de organizações sociais. Assim como é admirável a direção do Sindicato dos Bancários ter possibilitado essa expansão, seguindo na organização do evento, por entender o alcance e a importância para a formação de militantes que atuam na busca da transformação social.

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O Brasília Debate ganhou também a parceria do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), uma entidade que, historicamente, coloca sua estrutura a serviço da organização dos trabalhadores, apoiando e desenvolvendo ações que são inerentes à categoria e à entidade, como a de formar consciências críticas na sociedade, apesar das barreiras que enfrentam na estrutura oficial de ensino. Não é por menos que representantes do Sinpro DF vêm comandando a Secretaria de Formação da CUT Brasília e se dedicando à Escola Centro-Oeste de Formação Sindical da CUT (EcoCUT) Apolônio de  Carvalho, instituição que também passará a prestar apoio ao Brasília Debate.

A conjunção de esforços dá nova dimensão e amplia as perspectivas nas ações de formação sindical. Garante mais recursos em todos os sentidos, financeiros, humanos e logísticos. Reúne e unifica energias para romper a visão única e alienante de mundo, que os aparelhos do poder e do capital impõem à sociedade, especialmente à classe trabalhadora e aos dirigentes sindicais.

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A educação política e sindical se dá na ação e na teoria, no enfrentamento do dia a dia e na produção, mas também na troca e na sistematização dos conhecimentos construídos e adquiridos. É essa complementaridade da teoria e do conhecimento sistematizado que o Brasília Debate procura oferecer como contribuição para que o movimento sindical e social do Distrito Federal possa aperfeiçoar sua prática e a formulação de novas metas.

Esse objetivo foi certamente alcançado com a palestra do jovem professor Alysson Mascaro. Sua voz é quase que solitária nos meios acadêmicos brasileiros. É, como ele diz em entrevistas, o único marxista na tradicional Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Autor do livro Estado e Forma Política (editora Boitempo), Alysson dissecou as políticas do capital nessas três décadas de neoliberalismo que vêm moldando o Estado para prosseguir a exploração do trabalho assalariado e promover a concentração de renda e da terra.

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Suas análises se concentram nas formas de produção e reprodução da sociedade capitalista, que, na essência, tem o germe da crise. Ou seja, Mascaro resgata a discussão de que "a reprodução capitalista se dá a partir da exploração, da apropriação desigual do capital" e dos conflitos entre capital e trabalho e dentro do próprio capital nacional e internacional, em função da concorrência. "Não há possibilidade, segundo ele, de estabilidade geral dentro do capitalismo".

Para o jurista, em todas as crises no mundo, a saída encontrada pela política neoliberal vem beneficiando o capital financeiro. É o que temos visto com clareza, na Europa, a partir da crise de 2008.  A despeito do que, insistentemente, os setores conservadores dizem desde os anos 1990, a luta de classes está mais presente do nunca.

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Alysson Mascaro reconhece os avanços sociais no Brasil, na última década, mas isso não significa que "se possa declarar superada a política exploratória do capital". Para ele, vivemos um momento decisivo, pois o "cobertor é curto" para a manutenção de uma política que ora financia o capital e ora o social, como se percebe na fixação da taxa Selic de juros.

Alerta também que não foi feita pelas forças progressistas e de esquerda a disputa de questões essenciais, pois o capital segue concentrado nas mãos de 150 mil pessoas, dentro de uma população de 194 milhões de brasileiros, os meios de comunicação estão nas mãos de cinco famílias nos dizendo o que é certo e errado.

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Trata-se de uma discussão da qual o movimento sindical não pode fugir e precisa assumi-la com urgência. Tenho destacado isso em minhas intervenções e em artigos nos últimos anos, entendendo que necessitamos alterar a correlação de forças hoje para buscar um modelo de desenvolvimento que  atenda aos interesses dos trabalhadores, promover a distribuição de renda e construir uma sociedade justa. O movimento sindical tem o dever de liderar, ao lado das organizações políticas e sociais da classe trabalhadora, essas mudanças.

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