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Brasília

Artistas criticam federalização de museu

Artistas, produtores e militantes culturais do DF manifestaram contra a transferência da gestão do Museu Nacional da República Honestino Guimarães do GDF para a União, em comissão geral na Câmara Legislativa; "Reiteramos o valor e a importância do Museu da República e de seu rico acervo de arte contemporânea, como patrimônio cultural do Distrito Federal", diz um trecho do manifesto

Artistas, produtores e militantes culturais do DF manifestaram contra a transferência da gestão do Museu Nacional da República Honestino Guimarães do GDF para a União, em comissão geral na Câmara Legislativa; "Reiteramos o valor e a importância do Museu da República e de seu rico acervo de arte contemporânea, como patrimônio cultural do Distrito Federal", diz um trecho do manifesto (Foto: Leonardo Lucena)
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Câmara Legislativa do DF - Artistas, produtores e militantes culturais do Distrito Federal se manifestaram contra a transferência da gestão do Museu Nacional da República Honestino Guimarães do GDF para a União, em comissão geral na Câmara Legislativa nesta quinta-feira (21) para debater o tema. A autorização da cessão está prevista no projeto de lei nº 1.693/2013, enviado pelo Executivo à Câmara. Os participantes também reivindicaram a criação de novos complexos culturais em outras cidades do DF.

A realização do debate foi sugerida pelos deputados Celina Leão (PDT), Liliane Roriz (PRTB) e Olair Francisco (PTdoB) e contou a participação de representantes de diversos colegiados culturais, do GDF e do governo federal.

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Os três deputados se posicionaram contra a proposta do Executivo. Segundo Celina, se o argumento para a transferência é o fato de espaço se chamar Museu Nacional, "vamos transferir para o governo federal então o Estádio Nacional Mané Garrincha e ficar com o museu".

Para Liliane Roriz, a questão não é partidária e independe de bandeiras políticas. "Temos que defender a nossa cidade, patrimônio cultural da humanidade", assinalou.

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O produtor cultural Luciano Lima condenou o argumento de falta de dinheiro, segundo ele, utilizado pelo GDF para justificar a transferência da gestão. "Como é que falta dinheiro se acabamos de construir um estádio de quase R$ 2 bilhões que vai se tornar um elefante branco?", questionou.

Um manifesto do movimento cultural foi lido e distribuído durante o evento, pedindo a rejeição do projeto de lei. "Reiteramos o valor e a importância do Museu da República e de seu rico acervo de arte contemporânea, como patrimônio cultural do Distrito Federal, por sua concepção, pelo conceito da atual administração, com uma política de formação e exposição de acervo em movimento, por ser um dos raros espaços sob a gestão do DF com programação constante e diversa, por sua abertura a todo tipo de público, moradores de qualquer parte do DF, do Entorno, do Brasil e do mundo", diz um trecho do documento.

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Não faltaram críticas ao projeto durante o debate. O prefeito de Água Fria, o ex-deputado distrital João de Deus, classificou o projeto como uma "excrescência" contra a cultura do DF. Já o artista plástico Henrique Gougon elogiou o trabalho desenvolvido atualmente no Museu e afirmou que a cidade não merece perder o espaço. E o maestro Rênio Quintas criticou a falta de diálogo do GDF com a classe cultural sobre a proposta, principalmente diante da falta de espaços no DF.

Contraponto – O deputado Agaciel Maia (PTC) participou do debate e ressaltou a importância da discussão da proposta com a sociedade, "para aperfeiçoar o processo legislativo". Em sua opinião, mais importante do que quem fará a gestão é a preservação e a valorização do espaço cultural.

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Na mesma linha, o deputado Wasny de Roure (PT) defendeu o aprimoramento do projeto a partir de discussões com a população e do "bom senso". O parlamentar se manifestou, contudo, a favor da proposta. Para ele, a obra pertence ao povo brasileiro e é necessária para democratizar os acervos dos órgãos federais e permitir que a população tenha acesso.

Modelo de gestão - O secretário de Cultura, Hamilton Pereira, considerou a discussão "proveitosa" e destacou vários aspectos do Museu, lamentando a descontinuidade dos projetos culturais no DF ao longo dos últimos governos. Para ele, é importante construir um modelo de gestão duradouro e capaz de continuar oferecendo um serviço de qualidade.

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Pereira afirmou acreditar na construção de uma proposta convergente e democrática. "O Museu não tem dono. O Museu é da população, de Brasília, do Brasil e de todos que o visitam. O mais importante é olharmos para como vamos oferecer um serviço de qualidade à população", argumentou.

Para o diretor do Museu, Wagner Barja, o modelo de gestão deve ser discutido em busca de um consenso, "definido democraticamente". De acordo com o diretor, o espaço já é o segundo mais visitado do Brasil e recebeu quase quatro milhões de visitantes, desde sua abertura.

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O presidente do Conselho de Cultura do DF, Romário Schetino, explicou que a questão ainda não foi esgotada pelo colegiado e defendeu a discussão de uma proposta de gestão compartilhada do Museu.

Na opinião do presidente do Instituto Brasileiro de Administração de Museus (Ibram), Angelo Santos, o debate está sendo travado com base em informações equivocadas sobre a proposta. Segundo ele, a intenção, a partir de conversas entre a presidenta Dilma Rousseff, o governador Agnelo Queiroz e a ministra da Cultura, Marta Suplicy, sempre foi valorizar o Museu Nacional e transformá-lo numa referência no País, em parceria com o GDF. O presidente negou a possibilidade de implantar uma exposição permanente no local.

 

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