Bala perdida pode causar troca na Polícia Militar

Brasília 247 – Depois de um primeiro trimestre de alta nos índices de violência, chegando a se equiparar com o Entorno do Distrito Federal, Brasília teve um feriado da Páscoa muito violento. Durante o feriado da semana santa foram registrados 13 sequestros e 11 mortes, uma delas por bala perdida na Asa Norte que chamou a atenção de toda a população e pode ter sido a gota d' água para o comandante da Polícia Milita (PM), Sebastião Gouveia. A mudança coincide com os 55 dias da Operação Tartaruga da Polícia Militar.  

Segundo matéria divulgada no blog da Lilian Tahan, a situação política do comando da PM ficou por um fio após policiais comemorarem a morte do servidor público pelas redes sociais. A assessoria de imprensa da PMDF e da secretaria de Segurança Pública não confirmaram a troca de comando.

Leia a matéria completa aqui ou acompanhe a transcrição abaixo.

Comando da PM deve ser substituído

A situação do comandante da Polícia Militar, Sebastião Gouveia, é considerada insustentável pela cúpula do governo. Ele deve ser substituído.

Nos últimos dias, a violência no Distrito Federal chegou a níveis inacreditáveis.

No feriado da Semana Santa, houve 13 sequestros e 11 mortes. Em março, chegou-se à média de três assassinatos por dia. Na Sexta-Feira da Paixão, um assalto terminou com a morte do servidor do Banco Central Saulo Batista Jansen, 31 anos.

Em Operação Tartaruga há 55 dias, a PM não está fazendo o policiamento preventivo.

A gota d'agua foi neste feriadão, quando policiais militares comemoram a insegurança no DF por meio de redes sociais. A PM está em campanha por aumento de salário.

Na manhã de hoje, o secretário de Segurança, Sandro Avelar, se reuniu com o chefe da Casa Civil, Swedenberger Barbosa. Desde ontem, Sandro tem conversado com o governador Agnelo Queiroz sobre a provável substituição de Gouveia.

A avaliação de governistas é de que os números da violência indicam que o comando da Polícia perdeu o controle ou estaria fazendo corpo mole para o movimento praticamente generalizado de paralisação.

A troca de comando da PM dará a Sandro Avelar mais autonomia para lidar com a corporação. Ao mesmo tempo, o movimento - que precisa ser técnico para conter a escalada da violência - terá repercussão política.

O atual comandante da PM é de indicação do presidente da Câmara, Patrício (PT). Ele tenta negociar com o governo mudanças nas regras da Casa que lhe garantam a reeleição. Como ainda não houve acordo, o clima não está bom entre ele e o GDF. Ficará pior com a provável substituição do comando da PM. Mas a cúpula do governo avalia que o desgaste será bem maior se a sangria da violência não for estancada.