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Brasília

Conjur: ‘fatos gravíssimos’ da JBS implicam mais Janot do que ‘agentes do STF’

"O que chama atenção de quem vem acompanhando as movimentações dos investigadores é que Janot abriu inquérito para apurar acusações que o envolvem pessoalmente. Embora nada do que tenha sido dito na conversa seja suficiente para concluir nada – muito menos que 'agentes do Supremo Tribunal Federal' estariam envolvidos em algum tipo de negociação só pelo fato de seus nomes terem aparecido durante a conversa", aponta reportagem do Conjur

janot (Foto: Leonardo Attuch)
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Por Pedro Canário e Marcos de Vasconcellos, no Conjur

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu abrir inquérito para investigar indícios de que o ex-procurador da República Marcelo Miller vendeu sua influência no gabinete do PGR para emplacar a delação premiada dos executivos da JBS com o próprio Janot.

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O acordo de delação da JBS prevê que, caso surjam fatos novos, os delatores teriam até quatro meses para complementar seus depoimentos e apresentar mais documentos. No dia 30 de agosto, a PGR pediu ao Supremo Tribunal Federal mais dois meses para apresentar “novos anexos” à delação. Haviam surgido novos fatos. O pedido foi atendido um dia depois pelo ministro Luiz Edson Fachin.

Na segunda-feira (4/9), no entanto, Janot anunciou que, diante desses fatos, enviaria um pedido ao STF para rever benefícios concedidos aos delatores, pois tudo indicava quebra de confiança.

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Poucas horas depois do anúncio, feito em entrevista coletiva, a petição foi divulgada à imprensa. Na verdade, Janot instaurou inquérito para investigar se o ex-procurador da República Marcelo Miller orientou Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, enquanto ainda era membro do Ministério Público Federal. Segundo o procurador-geral, foram encontradas gravações de conversas envolvendo Miller de antes de as provas da delação terem sido apresentadas à PGR.

Mas durante a coletiva, Janot disse que denunciaria “fatos gravíssimos” aos jornalistas, envolvendo inclusive “agentes do Supremo Tribunal Federal”. Nesta terça-feira (5/9), as provas foram divulgadas às principais redações do país: Joesley e o lobista da JBS, Ricardo Saud, conversavam sobre como usar Miller para convencer Janot a aceitar a proposta de delação que eles pretendiam fazer.

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“Nós dois temos que operar o Marcelo direitinho pra chegar no Janot”, diz Joesley, em um momento. Em outro trecho, depois de falar de conversas que teve com Miller, ainda como procurador, afirma: “Nós somos joia da coroa deles. O Marcelo já descobriu e já falou com o Janot: ‘Ô Janot, nós temos o pessoal que vai dar todas as provas que nós precisamos’. E ele já entendeu isso”. A gravação deixa claro que já estava tudo pronto para a delação, mas que Joesley decidiu, após consultar Miller, esperar mais para entregar o material.

Escritório privado
Durante a conversa, Ricardo Saud conta que tem um amigo em comum com Janot e soubera que o procurador-geral não pretendia brigar por um segundo mandato e estava pronto para seguir a vida na iniciativa privada. Segundo esse amigo em comum, Marcelo Miller estava preparando para deixar o MPF e abrir um escritório de advocacia com outro procurador, de nome Christian.

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“Janot vai sair e vai advogar com esse mesmo escritório. Mesmo escritório que ele [amigo em comum] está hoje”, diz Saud. “Tão fazendo um puta escritório, um puta escritório. Nada meia boca, não. É que eu entendi que ele [Marcelo Miller] já foi para esse escritório, já largou, porque o Janot já... Com esse Christian aí, que diz que é um cara top, novinho”, continua o lobista.

O que chama atenção de quem vem acompanhando as movimentações dos investigadores é que Janot abriu inquérito para apurar acusações que o envolvem pessoalmente. Embora nada do que tenha sido dito na conversa seja suficiente para concluir nada – muito menos que “agentes do Supremo Tribunal Federal” estariam envolvidos em algum tipo de negociação só pelo fato de seus nomes terem aparecido durante a conversa.

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