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Brasília

Cresce ‘Fora Bolsonaro’ no Congresso; impeachment nunca esteve tão próximo

Panelaços, notas de repúdio, perplexidade, impaciência, falta de jogo de cintura político, irritação, cansaço. Esses e outros ingredientes - como a adesão do PT ao ‘Fora, Bolsonaro’ - deram impulso a uma verdadeira ‘pandemia pelo impeachment’. Congresso já dá pistas de que pode lidar com a saída do presidente descartável

Onda do coronavírus chegou e vai passar, a do desemprego não pode chegar porque demora, diz Bolsonaro (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
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Rede Brasil Atual - Coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), primeira entidade a defender o “Fora Bolsonaro”, o advogado Raimundo Bonfim acredita que o presidente da República “não tem condições políticas, intelectuais e morais para continuar dirigindo o país”. Em sua opinião, essa incapacidade generalizada já era evidente antes, mas com o advento da pandemia de coronavírus, a necessidade de o mandatário deixar o cargo se tornou indefensável.

A bandeira “fora, Bolsonaro” passou a ser amplamente defendida pela população e se intensificou, com panelaços em todo o país, após pronunciamento em que o presidente da República deixou o país perplexo ao dizer que a covid-19 não passa de uma “gripezinha”.

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Para Bonfim, a forma desastrosa como o mandatário “não está tratando” a crise e os vários atos que comprovam crimes de responsabilidade são justificativas suficientes para o “Fora Bolsonaro”. Ele menciona o fato de o presidente estimular atos pela volta do regime militar, fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF), participar de aglomerações e contrariar ações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do próprio Ministério sob Luiz Henrique Mandetta.

“Tudo isso atenta contra a Constituição e a própria falta de decoro enseja o afastamento”, diz. Segundo o dirigente, a bandeira “fora Bolsonaro” é política, e visa a criar um processo, estabelecendo diálogo com a parcela da sociedade descontente com o governo e acumular forças. “Na medida em que as condições forem criadas, vamos avançando.”

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Isso porque, na avaliação de Bonfim, um processo de impeachment ainda esbarra na popularidade que Bolsonaro ainda sustenta, como também sustenta o cientista político Vitor Marchetti. “Não estamos falando em impeachment já. Sabemos que Bolsonaro ainda tem uma base de mais de 30% de aprovação. Mas alguns setores trabalham com a ideia de que se deve derrotar Bolsonaro só em 2022. Achamos que essa é uma estratégia que não condiz com a realidade”, avalia.

Ele lembra que há três alternativas. A primeira é a cassação da chapa Bolsonaro e Hamilton Mourão, por meio de processo no Tribunal Superior Eleitoral (TST) por fraude eleitoral, devido ao uso ilegal de redes sociais com a disseminação de fake news. A segunda é o próprio processo de impeachment, e a terceira são os processos que já tramitam no STF. “O fato concreto é que temos que criar um sentimento no povo de que não é possível Bolsonaro continuar presidindo o país”, diz Bonfim.

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A alternativa ideal seria que fossem realizadas novas eleições, defende. A Constituição Federal de 1988 prevê eleições diretas somente no caso de a presidência e a vice-presidência ficarem vazias nos primeiros dois anos de mandato. Depois desse prazo, deve-se realizar eleição indireta pelo Congresso Nacional.

PT, PCdoB, Psol, PDT

Nesta terça-feira (21), o PT divulgou nota na qual anuncia que as bancadas do partido na Câmara e no Senado “querem a adoção do slogan ‘Fora, Bolsonaro’ como palavra de ordem”. Deputados e senadores, diz a legenda, são a favor de “uma campanha por mudanças institucionais e políticas para garantir a democracia no país, em defesa da vida e contra a manutenção de Jair Bolsonaro à frente do governo”.

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Segundo o partido, a “contraofensiva é uma reação à escalada autoritária do presidente da República, que nas últimas 48 horas ofendeu a Constituição, cometeu crime de responsabilidade e deu mostras de desprezo à vida dos brasileiros, ao defender o fim do isolamento social como forma de conter a pandemia do coronavírus”.

Após reunião por videoconferência entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR) e os líderes da legenda no Congresso Nacional apontaram que a bandeira “Fora, Bolsonaro” deve servir como instrumento de mobilização da sociedade. “Bolsonaro e seu governo não têm propostas para proteger o povo da epidemia, nem para fazer com que a economia sobreviva após a crise”, justificou Gleisi.

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Na semana passada, em debate entre com os presidentes nacionais do PCdoB (Luciana Santos)  e a própria Gleisi, o presidente do Psol, Juliano Medeiros, observou que “há varias possibilidades na mesa”. A oposição tem de fazer pressão pela renúncia, por um processo de impeachment ou pela cassação da chapa de Bolsonaro e seu vice, general Hamilton Mourão, defendeu Medeiros.

No dia 18 de março, junto a outros parlamentares do partido, a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) protocolou um pedido de impeachment de Bolsonaro.

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Na segunda-feira (20), a CUT divulgou nota de repúdio à participação de Bolsonaro na manifestação que defendeu em Brasília a volta do regime militar. A central afirmou a necessidade “incontornável de derrotar esse governo antes que ele acabe com o país, intensificando unidade, organizando e mobilizando a luta pelo ‘fora Bolsonaro'”.

A nota foi “um chamado à unidade das centrais sindicais, de todos os movimentos sociais e populares, organizações políticas e personalidades comprometidas com a defesa da soberania, da democracia e dos direitos do povo brasileiro”.

Já na tarde de hoje foi a vez do presidente do PDT, CarlosLupiPDT , anunciar que o partido também vai apresentar um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro . “O pedido traz diferentes argumentos que expõem as ameaças à democracia feitas pelo atual presidente”, afirmou Lupi.

Para Raimundo Bonfim , o mais “correto” seria a cassação da chapa ou um processo via STF e a realização de novas eleições.

As frentes Povo sem Medo e Brasil Popular já defendem a saída do chefe do governo. Logo após o feriado de Páscoa, a psicóloga Nalu Faria, da Marcha Mundial das Mulheres e da FBP, explicou que a bandeira “fora Bolsonaro” é, para ela, inevitável. “A postura dele indica que não há como combater a pandemia com um governo contra o povo e a favor do mercado”, disse.

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