DEMóstenes, o senhor da ética
O procurador e senador Demóstenes Torres, que sempre tentou passar uma imagem de figura acima de qualquer suspeita, sendo um dos grandes críticos do atual governo federal, agora é apanhado “com a boca na botija”
Há quem diga que a expressão falso-moralismo é pleonasmo, pois todo moralismo é falso. Mas que choca, choca. Quem não lembra da reportagem de Roberto Cabrini onde o Monsenhor Luiz Marques, o maior moralista da cidade de Arapiraca-AL, que expulsava mulheres com decote de suas missas, sendo flagrado em cenas de pedofilia com seus coroinhas? O procurador e senador Demóstenes Torres, que sempre tentou passar uma imagem de figura acima de qualquer suspeita, sendo um dos grandes críticos do atual governo federal, agora é apanhado “com a boca na botija”.
Com o sistema eleitoral vigente no Brasil, está difícil existir essa pessoa acima de qualquer suspeita. Não é segredo que, afora raríssimas exceções como Tiririca e Romário, cuja fama serviu de trampolim para se elegerem deputados, é preciso gastar muita grana para se eleger. É só consultar no site dos Tribunais Eleitorais a previsão de gastos de campanha que veremos os milhões utilizados (isso sem considerar a existência de caixa dois de campanha). Como ninguém torra milhões do próprio bolso em campanhas eleitorais, surge a figura dos patrocinadores de campanha, que após elegerem seus patrocinados, solicitam favores pessoais àqueles representantes “do povo”. Isso vale para qualquer partido. O sistema é que está corrompido.
Para os mais novos, que cresceram ouvindo falar de mensalão, petralhas etc., sendo o DEM o partido da ética, deve ter sido decepcionante. Não sabem que o DEM é o velho PFL, partido que estava tão queimado, que para sobreviver teve que mudar de nome e entregar o comando a outra geração de políticos, como filhos e netos de medalhões da política brasileira.
Como o povo anda dizendo, ainda tem muita água pra rolar nessa CACHOEIRA!
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