DF pede compreensão dos professores pelo fim da greve
"A questão é muito simples, assumimos essa dívida, não declaramos extinta, mas não fomos nós. Os sindicatos parecem que não reconhecem isso. Estamos tentando corrigir, pagar o mais rapidamente possível", disse o secretário da Casa Civil do Distrito Federal, Hélio Doyle, sobre a paralisação que afeta 470 mil alunos; segundo ele, não há possibilidade de pagar os benefícios atrasados que não os já apresentados aos professores, entre eles o parcelamento até junho
Por Mariana Tokarnia, da Agência Brasil
Brasília - O secretário da Casa Civil do Distrito Federal, Hélio Doyle, disse nesta segunda-feira (23) em coletiva e imprensa que a possibilidade de pedir a ilegalidade da paralisação dos professores na Justiça "não está descartada". Na sexta-feira haverá uma reunião onde o GDF vai apresentar detalhamente a situação financeira. Segundo o secretário, não há possibilidade de pagar os benefícios atrasados que não as já apresentadas aos professores, entre elas o parcelamento até junho. O governo espera a compreensão dos docentes e que eles voltem ao trabalho antes mesmo da reunião.
De acordo com o GDF, a rede pública tem 27 mil professores e a paralisação afeta 470 mil alunos. Caso os professores se mostrem irredutíveis o governo cogita levar o caso à Justiça. "A greve é em si ilegal, vamos estudar isso melhor", disse o secretário. "A questão é muito simples, assumimos essa dívida, não declaramos extinta, mas não fomos nós. Os sindicatos parecem que não reconhecem isso. Estamos tentando corrigir, pagar o mais rapidamente possível", acrescentou.
Os professores da rede pública decidiram nesta segunda-feira pela paralisação até sexta-feira. Eles estão com benefícios como abono de férias e décimo terceiro salário atrasados. Os valores são referentes ao final do ano passado e somam quase R$ 200 milhões, de acordo com o GDF. Do total, R$ 35 milhões já foram pagos e outros R$ 35 milhões serão pagos ainda este mês.
Diante de uma dívida, segundo o atual governo, acumulada da gestão de Agnelo Queiroz, de cerca de R$ 3 bilhões, o governo de Rodrigo Rollemberg ofereceu aos trabalhadores o parcelamento do valor atrasado até junho. Outra possibilidade é a Antecipação da Receita Orçamentária (ARO) já aprovada pela Câmara Legislativa. Por meio da antecipação, o governo contrai uma dívida a juros, segundo o secretário de cerca de 15%.
Dos bancos consultados, dentre eles, o Banco do Brasil, apenas o Credit Suisse se manifestou e negativamente. Caso algum banco aceite a antecipação, a ARO ainda tem que passar pelo Tesouro Nacional e Banco Central. O trâmite todo deve durar até a primeira semana de abril.
"Acho que agora dificultou porque nós esperávamos que houvesse a compreensão dos professores da situação e que eles cumprissem o trabalho de dar aula", disse Doyle. "Essa greve não interessa a ninguém. Não interessa e eles [que não terão os benefícios pagos antecipadamente], não interessa aos estudantes, aos pais de alunos ou à sociedade. Quem perde com adiamento das aulas é o conjunto da sociedade brasiliense".
Além do setor da educação, a saúde enfrenta a mesma situação. Juntos, acumulam um atrasado de quase R$ 400 milhões. Doyle diz que ambas as áreas receberão o mesmo tratamento. "Não é o fato de estar em greve que vai fazer com que apareça dinheiro". Os médicos também entraram em greve em janeiro. O caso foi levado à Justiça, que determinou que os profissionais voltassem ao trabalho.
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