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Brasília

Espionagem ilegal: PF investiga se Abin montou dossiês sobre opositores de Bolsonaro

Dois agentes da Abin revelaram a elaboração de relatórios que tinham como alvo membros do PT e do PCdoB. Inclusive um dos atuais ministros de Lula teria sido monitorado

(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
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247 - A Polícia Federal está investigando a possível produção de dossiês pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre adversários de Jair Bolsonaro (PL) durante seu governo. Essa investigação faz parte de um inquérito que procura esclarecer suspeitas de uso ilegal do software de espionagem First Mile por funcionários da Abin durante o governo passado, explica Juliana Dal Piva, do UOL. A PF está analisando se esses alegados dossiês foram criados com base em informações obtidas por meio do First Mile, combinadas com outras ferramentas da agência. >>> PF investiga quadrilha da Abin que espionava jornalistas e adversários de Bolsonaro

Dois agentes da Abin, que preferem manter o anonimato, relataram que tiveram conhecimento da elaboração de relatórios que tinham como alvo membros do PT e do PCdoB. Um dos documentos em questão, que supostamente foi produzido durante a gestão de Alexandre Ramagem na Abin, tinha como alvo um dos atuais ministros do presidente Lula (PT). >>> PF descobre plano da Abin para invasão em massa de computadores de cidadãos brasileiros

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Dois documentos consultados pela reportagem, um com quatro páginas e o outro com cinco, não possuem cabeçalho oficial, e os agentes afirmam que isso foi intencional, já que foram elaborados sem justificativa adequada, desviando-se de sua finalidade e sendo misturados com outros documentos solicitados legalmente pela Casa Civil do governo Bolsonaro durante a gestão do general Braga Netto.

Os dossiês inicialmente identificam o alvo com informações pessoais, como CPF e data de nascimento. Também fornecem um resumo dos processos na Justiça Eleitoral, Tribunal de Contas da União (TCU) e Supremo Tribunal Federal (STF), além de uma análise sobre doações de campanha e escândalos mencionados na imprensa.

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Segundo os agentes da Abin, o primeiro desses documentos teria sido elaborado com o uso de ferramentas internas para rastrear informações em fontes abertas, a fim de evitar chamar a atenção. Posteriormente, esses relatórios seriam repassados ao Palácio do Planalto. Uma das linhas de investigação da PF está analisando a possibilidade de que a Abin tenha combinado diversas ferramentas para criar esses dossiês, usando tanto informações de fontes abertas quanto dados obtidos por meio do software First Mile, por exemplo. De acordo com a PF, o software da empresa Cognyte foi utilizado sem a devida autorização judicial para espionar membros do Judiciário, jornalistas e opositores de Bolsonaro entre 2019 e 2021.

Quando questionado sobre a suposta produção ilegal de relatórios, Alexandre Ramagem não respondeu diretamente, mas afirmou que conduziu uma investigação interna para corrigir eventuais irregularidades. Ele acrescentou que as ferramentas em questão eram de uso exclusivo do departamento de operações e que medidas foram tomadas para aprimorar o controle e evitar irregularidades, incluindo correições e o envolvimento da Controladoria-Geral da União (CGU). O general Braga Netto, que era o chefe da Casa Civil durante o governo Bolsonaro, não respondeu aos questionamentos.

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