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Brasília

Gabrielli: É preciso separar Petrobras dos que a roubaram

"Não podemos confundir comportamento criminoso de alguns com o comportamento de uma empresa que está muito bem e funcionando”, disse o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli na CPI que investiga o esquema de corrupção na estatal; Gabrielli alertou para o futuro da economia brasileira com os desdobramentos da Lava Jato no setor de petróleo e gás; "A paralisação desse setor pode impactar 1 milhão de postos de trabalho. Se desmontamos a cadeia de produção de petróleo e gás, teremos a substituição dos fornecedores atuais por fornecedores internacionais."; ex-presidente também defendeu a política de construção de refinarias pela Petrobras

"Não podemos confundir comportamento criminoso de alguns com o comportamento de uma empresa que está muito bem e funcionando”, disse o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli na CPI que investiga o esquema de corrupção na estatal; Gabrielli alertou para o futuro da economia brasileira com os desdobramentos da Lava Jato no setor de petróleo e gás; "A paralisação desse setor pode impactar 1 milhão de postos de trabalho. Se desmontamos a cadeia de produção de petróleo e gás, teremos a substituição dos fornecedores atuais por fornecedores internacionais."; ex-presidente também defendeu a política de construção de refinarias pela Petrobras (Foto: Paulo Emílio)
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Marcelo Brandão, da Agência Brasil - O ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli adotou uma postura de defesa da Petrobras em depoimento na comissão parlamentar de inquérito (CPI) que apura denúncias sobre esquema de corrupção na empresa.

Gabrielli passou grande parte do depoimento na Câmara dos Deputados exaltando o crescimento da empresa nos últimos anos, sobretudo com a descoberta do pré-sal. Para ele, é preciso separar a Petrobras daqueles que desviaram recursos dela. "Não podemos confundir o comportamento criminoso de alguns com o comportamento de uma empresa que está muito bem e funcionando."

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Assim como o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o ex-gerente de Serviços da estatal Pedro Barusco, Gabrielli disse aos membros da CPI que a comissão de licitação da companhia não tinha conhecimento de esquemas de pagamento de propina em contratações.

"O que é público dos depoimentos de Barusco e de Paulo Roberto Costa, é que as comissões funcionavam corretamente. Não há possibilidade de que internamente se captasse essa situação", afirmou Gabrielli. Ele lembrou ainda que, de acordo com depoimentos dos réus confessos, as negociações eram feitas com as empresas que disputavam as obras, e não havia envolvimento com a comissão de licitação.

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Gabrielli disse ainda que o setor de auditoria da empresa foi ampliado "três vezes mais" na última década, com o objetivo de neutralizar qualquer ilícito. Ele explicou que apenas algumas empresas no Brasil têm potencial para construir partes de uma refinaria e que, no rol dessas empresas, há algumas envolvidas no escândalo da Petrobras.

"Para construir uma refinaria inteira, não há nenhuma empresa com essa capacidade. Para construir algumas partes de uma refinaria, existem algumas no Brasil. E algumas dessas estão envolvidas nesse caso."

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O ex-presidente da Petrobras continua respondendo a perguntas dos parlamentares na CPI.

Confira reportagem anterior, da Agência Câmara, sobre o depoimento de sérgio Gabrielli:

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Gabrielli defende política de construção de refinarias

Agência Câmara - O ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli defendeu as políticas de construção de refinarias da estatal ao longo dos últimos anos. Até 2006, segundo Gabrielli, a estratégia da companhia era refinar petróleo no exterior, o que teria justificado a compra de refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

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A partir dessa data, a estatal muda o direcionamento por causa da perspectiva de crescimento econômico. "Ao analisar o mercado brasileiro viu que ele ia crescer mais no nordeste, centro-oeste e norte", disse Gabrielli, ao justificar a proposta de construção das refinarias Premium I (no Maranhão) e Premium II (Ceará), cancelada em janeiro.

As refinarias foram anunciadas pela estatal no segundo Governo Lula (2007-2011) e figuravam tanto do plano de negócios da empresa como do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "O projeto quase foi pra licitação, mas vimos que os custos eram muito altos e em agosto de 2009 voltamos à prancheta. A Petrobras não conseguiu viabilizar economicamente, processo normal", afirmou.

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Até o anúncio do cancelamento a companhia tinha investido R$ 2,7 bilhões nos projetos. Com a suspensão, os valores gastos foram incluídos como prejuízo no terceiro balanço trimestral de 2014.

Abreu e Lima
Gabrielli também negou que a Petrobras fez uma refinaria sem saber o que iria fazer. Segundo ele, o valor da refinaria ficou maior do que o esperado porque o Brasil não fazia esse tipo de projeto desde os anos 1980 e orçou um valor genérico. "Fixamos um valor genérico do que seria um custo, baseado no valor de uma refinaria do golfo do México. Não há verdade em dizer que a Petrobras fez uma refinaria sem saber o que ia fazer", disse.

As obras da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, tiveram 4,2 bilhões de dólares em sobrepreço, segundo o relatório aprovado, em dezembro passado, pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). O valor é 29,3% do custo total de implementação da refinaria, de acordo com cálculos da comissão, de 14,3 bilhões de dólares.

A construção de refinarias era um dos eixos de investigação da CPMI. Para a oposição à época, o rombo com a obra foi ainda maior. O relatório paralelo fala em 20 bilhões de dólares de custos atuais, frente ao orçamento inicial de 2,5 bilhões de dólares, um aumento de quase 800% sobre o valor original declarado.

Gasene
O ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, rebateu informações sobre indícios de irregularidades da Petrobras na constituição de empresas subsidiárias e sociedades de propósito específico (SPE), levantadas pelo relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), sobretudo em torno do projeto Gasene (malha de gasodutos entre Icatu-BA e a região Sudeste).

Gabrielli lembrou que as SPEs são frequentemente usadas por empresas brasileiras para viabilizar projetos e dar garantias de pagamento aos financiamentos. "É estrutura comum para viabilizar o financiamento da construção e transformar o investimento em fluxo de gastos operacionais. É padrão, é legítima", disse Gabrielli.

Quanto ao Gasene, Gabrielli afirmou que o projeto foi viabilizado com empréstimo do Banco de Desenvolvimento da China e uma SPE foi constituída para utilizar esse financiamento. "Existem dezenas de SPE na Petrobras e em várias outras empresas do país", acrescentou. Gabrielli, no entanto, admitiu que possa haver dificuldades de fiscalização das SPEs em função do capital privado dessas sociedades.

África
Gabrielli não quis comentar sobre a venda de ativos da estatal na África porque, segundo ele, todo o processo foi feito depois de sua saída da Petrobras em 2012.

Confira reportagem anterior da Agência Câmara sobre o depoimento de Sérgio Gabirelli à CPI da Petrobras:

Gabrielli: 'Não podemos condenar a economia'

O presidente da Petrobras de 2005 a 2012, Sérgio Gabrielli, disse há pouco ser impossível para a Petrobras ter descoberto internamente as ações de corrupção dos ex-dirigentes da estatal Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco, delatores da Operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga desvio de cerca de R$ 10 bilhões da estatal.

"È impossível se pensar que era possível identificar na Petrobras esse tipo de comportamento", disse Gabrielli. Ele também afirmou que esses ex-dirigentes apropriaram privadamente de recursos da estatal.

Segundo o ex-presidente, para descobrir esse tipo corrupção foram necessárias investigações policiais. O ex-presidente lembrou mesmo os escritórios especializados em investigação contratados pela Petrobras, ou as auditorias internas do Tribunal de Contas da União não chegaram a uma conclusão sobre os processos de corrupção em contratos com a estatal.

"Os orçamentos [de contratos de empreiteira com a Petrobras] não vazaram, estavam de acordo com a realidade de mercado, não estavam com superfaturamento em sua contratação", afirmou Gabrielli. A Petrobras admite que os valores das propostas fiquem entre 15% e 20% a mais do valor estimado para a obra.

O aumento do valor estimado para a obra foi um dos itens questionados pelo relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras em dezembro de 2014, deputado Marco Maia (PT-RS). O relator apresentou uma proposta de novo regime de contratação para as estatais, porque, segundo ele, um dos principais problemas enfrentados na prática de corrupção na Petrobras está ligado ao regime de contratação da estatal.

Crise

Gabrielli, que falou dos avanços da estatal nos últimos doze anos em diferentes áreas como produção e refino de petróleo, disse estar preocupado com o futuro da economia brasileira com os desdobramentos da Lava Jato no setor de petróleo e gás. "A paralisação desse setor pode impactar 1 milhão de postos de trabalho. Se desmontamos a cadeia de produção de petróleo e gás, teremos a substituição dos fornecedores atuais por fornecedores internacionais."

De acordo com o ex-presidente da estatal há o risco de condenar a economia brasileira a uma crise mais profunda pelo comportamento de "algumas pessoas", sem citar quem seriam os responsáveis pelos problemas na Petrobras.

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