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Brasília

General investigado pela PF por lobby junto a Braga Netto esteve 25 vezes no Planalto no governo Bolsonaro

O general da reserva Paulo Assis é investigado por suspeitas de envolvimento em fraudes relacionadas a compras durante a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro

General Braga Netto (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
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247 - O general da reserva Paulo Assis, sob investigação por suspeitas de envolvimento em fraudes relacionadas a compras durante a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, esteve presente no Palácio do Planalto em 25 ocasiões durante o governo de Jair Bolsonaro, de 2019 a 2022, informa a Folha de S. Paulo. Registros de acesso ao palácio mantidos pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) indicam que algumas dessas visitas coincidem com períodos em que ele teria exercido influência a favor da empresa norte-americana CTU Security, de acordo com um relatório da Polícia Federal.

A Operação Perfídia está investigando alegadas irregularidades na aquisição de coletes balísticos no Gabinete de Intervenção, liderado pelo general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro. A PF alega que Assis usou o nome do ex-interventor para tentar facilitar o negócio. O general Paulo Assis não respondeu às tentativas de contato por telefone e mensagens em seu celular. Braga Netto declarou, em comunicado, que "os contratos do Gabinete de Intervenção Federal seguiram absolutamente todos os trâmites legais previstos na lei brasileira". 

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Em 23 de janeiro de 2019, o Gabinete de Intervenção emitiu uma carta de crédito de R$ 35,9 milhões para a CTU Security, que nunca forneceu os materiais contratados. O contrato foi posteriormente suspenso em 12 de setembro do mesmo ano devido a suspeitas relacionadas à documentação da empresa. Mensagens apresentadas no inquérito revelam que, logo após a suspensão, em 15 de setembro de 2019, representantes da CTU entraram em contato com o general Paulo Assis. O militar assegurou que poderia agir em favor da empresa norte-americana para destravar o processo. Um pagamento inicial de R$ 50 mil foi realizado em 18 e 19 de setembro do mesmo ano, com um acordo prevendo o pagamento dos R$ 250 mil restantes em caso de sucesso. No dia 24 de setembro, a carta de crédito foi anulada.

Seis dias depois, Assis visitou o Palácio do Planalto, com destino à Secretaria de Controle Interno da Secretaria-Geral da Presidência, o órgão responsável pela análise do caso. Assis retornou ao órgão em 26 de novembro. No dia seguinte, os irmãos Glauco e Gláucio Guerra, representantes da empresa norte-americana, discutiram novamente a atuação do general da reserva. Glauco relatou que o general havia conversado com o parecerista do caso, Jorge Antônio Menezes, questionando a necessidade de falar com o então vice-presidente Hamilton Mourão, o presidente Bolsonaro na época ou o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

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Assis fez referência a um encontro com Braga Netto, então chefe do Estado-Maior do Exército, em um e-mail enviado a Jorge Menezes em 15 de dezembro de 2019.  Em 9 de janeiro de 2020, Glauco informou ao irmão que o general Assis se reuniria com Lorenzoni para discutir o assunto. Nos dias 14 e 15 desse mês, o general da reserva visitou o Palácio do Planalto em direção à Casa Civil, retornando à pasta em 12 de fevereiro. Lorenzoni afirmou que não se lembra de ter recebido o general e que não tem conhecimento da CTU Security.

As conversas relacionadas às tentativas de reativar o contrato foram interrompidas em março de 2020, devido à chegada da pandemia do novo coronavírus ao Brasil. Entre janeiro e julho de 2019, antes de frequentar a Secretaria de Controle Interno e a Casa Civil, Assis visitou o gabinete de Vice-Presidência em nove ocasiões, uma vez que ele e Mourão eram amigos há muitos anos. Assis atribuiu a si a responsabilidade pela união entre Bolsonaro e Mourão na chapa vencedora da eleição presidencial de 2018. Após a eleição, ele atuou como coordenador da transição da vice-presidência do governo de Michel Temer para Jair Bolsonaro. Mourão afirmou que, nas inúmeras vezes em que se encontrou com Assis, os assuntos discutidos estavam relacionados à política partidária e às ações do governo, e que Assis nunca mencionou sua atuação em prol de qualquer empresa.

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O general também visitou o Palácio do Planalto duas vezes durante a gestão do presidente Lula (PT). Em janeiro, ele esteve na Secretaria de Relações Institucionais, liderada pelo ministro Alexandre Padilha, e em março, no gabinete do então ministro do GSI, Gonçalves Dias.

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