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      Israel pode tudo

      Pode ocupar terras palestinas, assassinar civis, ter bombas atômicas, construir muro separando pessoas, bombardear outros países, ignorar a ONU...

      Hélio Doyle avatar
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      Os que governam Israel julgam-se acima do bem e do mal. Acham que estão sempre certos em tudo o que fazem, não aceitam críticas de ninguém e se convenceram de que têm carta branca para fazer o que quiserem nos territórios que ocupam ilegalmente e em qualquer lugar do mundo. Israel é uma democracia formal para os judeus e uma ditadura para os árabes, sejam muçulmanos ou não.

      Os governantes israelenses usam sempre a justificativa de que seu país está ameaçado e têm de lutar pela sobrevivência frente aos inimigos, a todo custo. Até aí estão certos. Mas estão cansados de saber que a ameaça que sofrem deve-se hoje, sobretudo, ao fato de ocuparem, e com violência, territórios palestinos.

      Desocupar as terras palestinas, mediante um acordo, é o primeiro passo para a paz, mas os israelenses não dão nenhuma demonstração de que pretendem fazer isso. Pelo contrário, estão sempre buscando um pretexto para não fazer a paz. Sabem que sempre contarão com o apoio dos que governam os Estados Unidos, submetidos ao poderosíssimo poder econômico judeu no país e aos interesses geopolíticos da grande potência.

      Os norte-americanos, a direita mundial e os que consideram que árabes e muçulmanos são intrinsecamente povos belicosos e perigosos, justificam todos os absurdos que os israelenses cometem. Alegam que Israel sofre atentados terroristas, o que é verdade e tem de ser condenado. Mas não se importam com os atos terroristas praticados institucionalmente por Israel nos territórios ocupados, e ilegalmente em outros países. Há uma dupla moral: um lado pode, o outro não.

      Violência gera violência. Há extremismos dos dois lados, palestino e israelense, e no caso de Israel o extremismo começa no governo tomado por radicais insanos. E assim a paz, com a convivência de dois estados soberanos, fica a cada dia mais distante.

      Daí, com o apoio dos Estados Unidos, Israel “pode” o que outros países não podem:

      - Ocupar militarmente terras que não lhe pertencem.

      - Colonizar à força esses territórios ocupados, desalojando moradores e derrubando casas.

      - Proibir a livre circulação de palestinos em seu próprio território e em Israel.

      - Bombardear o território ocupado, a pretexto de matar terroristas, mas também assassinando inocentes, mulheres e crianças.

      - Manter palestinos presos em condições desumanas.

      - Ignorar todas as resoluções da ONU e de outros organismos internacionais que condenam a ocupação e pedem a retirada.

      - Construir um muro separando o que considera seu território e as terras palestinas.

      - Assassinar cientistas iranianos, adversários políticos e outros cidadãos estrangeiros que lhe incomodam, em qualquer parte do mundo.

      - Ter um arsenal nuclear secreto, estimado em pelo menos 120 bombas (podem ser muitas mais), a salvo de qualquer inspeção da ONU e de sua agência nuclear.

      - Bombardear e ameaçar bombardear outros países sob o pretexto de impedir que tenham bombas nucleares.

      O poeta alemão Günther Grass, que recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, tem toda razão ao dizer que a potência atômica Israel põe em risco a já frágil paz mundial ao ameaçar bombardear o Irã. Já há nove países com armas nucleares e não é bom para ninguém que haja mais um. Seria melhor que todos renunciassem às bombas, o que está muito longe de acontecer. Mas o bombardeio do Irã por Israel, com apoio direto ou velado dos Estados Unidos, porque se suspeita que os iranianos estejam construindo a bomba, é a pior solução, e inaceitável. É típica de um país prepotente e belicoso, que faz o que quer.

       

       

       

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