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Brasília

Lira se diz "facilitador" do governo, mas critica o Planalto e afirma que combustível de Lula no Congresso está acabando

Presidente da Câmara quer uma reorganização da base do governo e diz que outros partidos estão, de "boa vontade", votando com o Planalto em determinadas pautas

Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (no microfone) (Foto: Ricardo Stuckert | Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)
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247 - O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), voltou a fazer críticas ao governo Lula (PT), especificamente ao Ministério das Relações Institucionais, de Alexandre Padilha (PT), e à Casa Civil, de Rui Costa (PT), apesar de não citá-los diretamente. Ele cobrou que o Planalto organize sua base no Congresso e disse que até agora os parlamentares independentes e até de oposição têm votado "republicanamente" a favor de matérias do governo. No entanto, o "combustível está findando", alertou Lira.

O presidente da Câmara se reuniu com o presidente Lula nesta manhã, no Palácio da Alvorada: “ontem recebi uma ligação do presidente para tomarmos um café da manhã hoje, para colocarmos os assuntos em dia e tratarmos do que vem se discutindo, que é uma arrumação mais efetiva da base do governo na Câmara dos Deputados e no Senado, tratarmos das matérias importantes que estarão em discussão ainda nesse primeiro semestre", disse à CNN Brasil.

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Segundo Lira, o governo marcou uma conversa com líderes partidários para iniciar o processo de reorganização da articulação política, "para que a gente saia dessa situação de estarmos nessas indefinições em relação ao tamanho e a quantos partidos integram a base". Ele expressou desconforto pelo fato de o governo ter que negociar com deputados a cada pauta que é discutida na Câmara. "O presidente está se movimentando, e é importante que ele se movimente, em detrimento de tudo que se é dito, das dificuldades da articulação e as críticas que são feitas. O governo tem hoje uma noção exata de quais são essas dificuldades para que a gente possa ter um encaminhamento para que as matérias possam ser discutidas com tranquilidade. O presidente da Câmara é um facilitador dessas matérias. A gente tem feito isso. O governo na nossa gestão não perdeu nenhuma matéria importante, não teve nenhum sobressalto”.

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"O Congresso não é um Congresso progressista, de esquerda. É um Congresso reformador, liberal, conservador, que tem posicionamentos próprios. Sabemos hoje que a dinâmica é outra. Através das redes sociais os parlamentares sofrem influência direta de seus eleitores. A realidade fática de um Congresso de hoje não é igual a de um Congresso de 20 anos atrás. E o governo precisa se mobilizar, a articulação precisa estar mais atenta e eu penso que o governo vai a partir de hoje, com a presença e a participação do presidente Lula, ter uma participação mais efetiva na construção dessa base mais sólida”, acrescentou.

Para Lira, partidos que não são da base governista não devem se sentir obrigados a votar em pautas patrocinadas pelo Planalto. "O que a Câmara tem feito é dar sinais claros de um amadurecimento, de uma civilidade política muito grande". "Lógico que esse combustível está acabando", alertou. De acordo com o presidente da Câmara, "esse sinal foi feito em reunião que estavam todos os líderes da Câmara, da oposição, independentes e do governo”.

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Lira ainda negou que ele e seus aliados estejam pressionando Lula a fim de colocar em cargos do primeiro escalão do governo nomes de seus interesses. “Costumo dizer que determinados ministérios são estritamente pessoais do presidente da República. Então Ministério das Relações Institucionais, Casa Civil, Fazenda, Planejamento e Forças Armadas são ministérios da cota individual do presidente da República, e o presidente, homem experiente, está a par de tudo que está acontecendo e ele sabe das dificuldades, das facilidades, do processo como está a se desenrolar. Isso é uma questão de cunho pessoal. Ninguém está querendo indicar ninguém, ninguém está querendo escolher ninguém, mas há de se ter um comedimento por parte desses ministros, principalmente com declarações. Um dos ministros da articulação fez uma declaração sobre Brasília esse final de semana que causou muito rebuliço, de partidos de esquerda à direita. Então essas coisas não ajudam, e o governo saberá tomar um rumo, uma decisão do que fazer. Nosso papel é ser um facilitador, desmistificar essa queda de braço constante entre Lula e Lira, Lira e Lula. Isso não existe. O governo não teve um ato arredio da nossa parte, de nenhum tipo de imputação de derrotas nas matérias importantes”.

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“O parlamento não vai faltar aos temas importantes para o país. Agora, todos os líderes da Casa sabem, o governo sabe, a articulação sabe que o ponto fatal de consumo de combustível próprio do prestígio interno do presidente da Câmara e dos líderes para com os deputados está findando”, observou.

Lira ainda relatou que Lula o pediu para que ambos mantenham um contato mais direto e frequente. “Não tenho do que reclamar das vezes que liguei ao presidente Lula e das vezes que ele me ligou. A conversa sempre foi muito clara, muito franca e sempre foi muito apropriada e rápida a resposta. Sempre que nós precisamos nós conversamos. O que o presidente inclusive hoje solicitou é que a gente estreite mais esse canal de ligação direta entre ambos. Todas as reuniões e conversas com o presidente Lula se desenvolvem em um clima muito amistoso, muito cordial, muito respeitoso e republicano, acima de tudo”.

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Reforma tributária - “Combinamos que ela [reforma tributária] tem que ir ao plenário da Câmara ainda nesse semestre. Portanto, o governo precisa fazer junto com seus líderes, com quem trabalha na articulação, um processo de arregimentação de uma base que mostre cristalina. Hoje o governo tem contado com a boa vontade desses partidos que estão votando republicanamente”.

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