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Brasília

Moro é falso herói e sai humilhado, diz Gleisi Hoffmann

Ministro que fez fama dizendo ser contra a corrupção protegeu corruptos da família Bolsonaro e jamais defendeu a democracia, afirma deputada

Gleisi Hoffmann, Sérgio Moro e Flávio Bolsonaro ao fundo (Foto: Gustavo Bezerra | ABr)
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Rede Brasil Atual - Ao anunciar sua demissão do Ministério da Justiça, o ex-juiz Sergio Moro teria, além de delatado crimes do presidente Jair Bolsonaro, confessado seus próprios crimes. A avaliação é da presidenta do PT, Gleisi Hoffmann. Após o pronunciamento de Moro, na manhã desta sexta-feira (24), a deputada federal (PT-PR) denunciou: “A entrevista de Moro é uma confissão de crimes e uma delação contra Bolsonaro: corrupção, pagamento secreto de ministro, obstrução de justiça e prevaricação. Ele tinha de sair da entrevista direto para depor na Polícia Federal (PF).”

Nos cerca de 30 minutos em que falou à imprensa e aos servidores do Ministério da Justiça, em Brasília, Sergio Moro relatou que Bolsonaro quis mudar a direção da PF, sem apresentar justificativas. E que o presidente queria alguém com quem pudesse falar diretamente para ter acesso a relatórios de inteligência – documentos confidenciais – produzidos pelo órgão. Mesmo assim, o tempo todo em que esteve ministro, não fez nada.

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Moro confessou, ainda, que ao aceitar o convite de Bolsonaro para o Ministério da Justiça, ainda em 2018, teria pedido uma “pensão” para sua família. “Moro e Bolsonaro têm obrigação de explicar a tal proteção financeira à família que ele exigiu para ser ministro. Isso é a nova política? Pagar ministro por fora?”, questiona Gleisi. “Isso é crime, gravíssimo. Mais um na conta da quadrilha.”

Moro menor

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Gleisi Hoffmann afirma ainda que Moro sai ainda menor do que entrou. “O falso herói contra a corrupção protegeu os corruptos da família Bolsonaro e jamais defendeu a democracia ameaçada pelo chefe. Sai humilhado depois de fazer o serviço sujo. Mas uma pergunta o perseguirá: Cadê o Queiroz, Sergio Moro?”, cobrou.

Segundo a presidenta do PT, o ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo, demitido por Bolsonaro, também cometeu crime ao desobedecer ordem do TRF-4 que determinou a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em julho de 2018. “E agiu a mando de Moro. Não é prova de autonomia, mas de politização da PF”, já que na ocasião Moro ainda era juiz e não poderia ter dirigido uma decisão da PF, critica a deputada.

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Lula era líder das pesquisas para a corrida eleitoral de 2018. A prisão do ex-presidente, determinada por Sergio Moro, facilitou a vitória de Bolsonaro. O então juiz federal foi um dos primeiros a ser nomeado ministro por Bolsonaro.

Nunca foi herói

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O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) também considera que Moro nunca foi o herói que parte do povo brasileiro acreditou, mas um agente de Bolsonaro. “Moro apresentou uma proposta absurda de liberação de armas e de licença aos agentes de segurança para matar. Moro sabia a quem estava servindo, foi subserviente com Bolsonaro em relação às medidas de quarentena e isolamento social. Passa para a história como a figura pública do estado de exceção criado no país.”

Para o também deputado federal Marcelo Freixo (Psol-RJ), são muitos os crimes da família Bolsonaro. “Milícia, defesa do AI-5, laranjal… Moro nunca ligou. Tolerou a corrupção e humilhações em nome de seu projeto pessoal de poder”, disse. “Agora ele sairá do governo em nome de suas ambições políticas, não por um arroubo ético, que nunca teve.” 

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Anielle Franco, irmã da vereadora carioca Marielle Franco (Psol), assassinada em março de 2018, cobrou: “No meio disso tudo, eu realmente só queria que alguém soltasse que sabe quem mandou matar minha irmã e se esse era um dos inquéritos que o tal senhor também quer proteger”. 

Fora Bolsonaro

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“Se alguém tinha dúvidas, creio que a ‘delação premiada’ de Sérgio Moro acabou com todas. Jair Bolsonaro é um criminoso contumaz que se utiliza do cargo de presidente para proteger os cúmplices, em especial os filhos, e perseguir adversários”, disse o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS). “Só resta o impeachment imediatamente.”

O senador Humberto Costa (PT-PE) também chamou de delação premiada o pronunciamento de Moro e pediu o impeachment de Bolsonaro. “Ele é a principal testemunha dos crimes de responsabilidade cometidos pelo chefe do Executivo. Não há outro caminho que não o do impeachment.”

Para o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), os atuais ministros deveriam renunciar a seus cargos e forçar a renúncia de Bolsonaro. “Especialmente os militares que ainda respeitam esse país. O impeachment é processo longo. A crise sanitária e econômica vai se agravar se nada for feito”, avalia Haddad.

Moro é prova

“Moro acusou Bolsonaro abertamente de desvio de função e tentativa de obstrução de justiça”, destaca o líder do MTST e da Frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos. “Tem o dever de dar detalhes ao Ministério Público e ao Congresso. Se confirmar as acusações e houver ainda alguma lei neste país, Bolsonaro cai.”

O governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), afirma que Moro é a prova que faltava contra Bolsonaro. “Agora não falta mais. Do ponto de vista jurídico, o depoimento de Moro constitui prova de crimes de responsabilidade contra a probidade na Administração, contra o livre exercício dos Poderes e contra direitos individuais. Artigo 85 da Constituição Federal e Lei 1.079/50”, cravou Dino. “O depoimento de Moro sobre aparelhamento político da Polícia Federal como base para o ato de exoneração do delegado Valeixo constitui forte prova em um processo de impeachment.”

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