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Brasília

Mortos-vivos mais vivos

Protagonistas de livros e filmes de terror desde os anos 30, os zumbis voltaram mais rápidos e conscientes. O tema ganhou adeptos e um movimento, o Zombie Walk, que chegou a Brasília

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Natalia Emerich_Brasília 247 – As criaturas mórbidas estão na moda. Ensanguentados, com feridas pelo corpo e sedentos por carne de seres humanos, os zumbis conquistam cada vez mais adeptos no mundo real e estão por toda parte: videogames, quadrinhos, livros e filmes. O culto aos mortos-vivos se tornou até movimento. Em Brasília, a 6ª edição do Zombie Walk reuniu mais de 500 pessoas no dia 15 de outubro. Fantasiados com roupas rasgadas e sujas, cortes e sangue pelo corpo, os fãs do terror se reúnem e dão um passeio pela capital. O objetivo é interagir, relembrar e vivenciar personagens famosos, além de clássicos do cinema. "As pessoas podem fazer novas amizades, rever velhos amigos, satirizar situações como forma de protesto e homenagear seus ídolos", afirma o organizador Phellipe Barusco, 16 anos. O Zombie Walk é uma modalidade de flash mob – encontro na rua no qual os participantes cantam, dançam ou realizam brincadeiras coletivas, como guerra de tinta, balões e travesseiro. Segundo Barusco, os eventos proporcionam a diversão de todos, de crianças a senhores. O Canadá foi pioneiro na reunião de mortos-vivos, em 2003. No Brasil, Belém foi a primeira cidade a sediar o movimento. Em 2006, Brasília aderiu à moda. "Embora aconteça no mundo inteiro, a capital um dos locais que reúne a maior quantidade de adeptos", orgulha-se Barusco. Do escravo ao moderno Popularizados por George A. Romero no final dos anos 60, os mortos-vivos acompanharam a evolução do entretenimento, especialmente na última década. Antes, mal conseguiam andar. Agora são ágeis, velozes e conscientes. Em comum, podem contaminar as pessoas com um arranhão ou mordida. As figuras míticas surgiram no início do século 20, a partir de relatos de viajantes sobre a religião vodu praticada, principalmente, no Haiti. Os zumbis eram mortos ressuscitados, sem vontade própria, que atuavam exclusivamente como escravos, para satisfazer as necessidades de um mestre. "São os mais lendários, chamados também de demoníacos", diz o estudante Gabriel Cordeiro, 24. "Acho que não são muito explorados por não ter apelo para o público." Nos anos 60, os mortos-vivos foram remodelados por Romero. Nos filmes do diretor, eles aparecem como pessoas que morreram, reviveram e vagam pelas ruas por falta de espaço no inferno. Na Terra, lutam exclusivamente pela sobrevivência e vão atrás de carne humana viva – única fonte de alimento. Com passos lentos e sem capacidade de comunicação, identificam a vítima pelo cheiro e espalham o apocalipse zumbístico. "Na versão clássica qualquer pessoa pode voltar como zumbi, independentemente de a morte ter sido por contaminação ou causas naturais", explica o cineasta Tiago Belotti, 32 anos. "A única maneira de eliminá-los é desativando o cérebro, de preferência com um tiro no meio da testa." Fã do tema, o cineasta dirigiu o longa-metragem "A Capital dos Mortos" (2008), primeira produção brasiliense sobre zumbis. O estado precário das criaturas atrai. "Lembra o fim da humanidade, a decadência, o apodrecimento e o fim da vida", afirma o jornalista e cineasta independente Gustavo Serrate, 30. De acordo com ele, os zumbis representam uma metáfora para a realidade humana, como guerras e miséria, e para a falta de esperança. "As pessoas gostam de experimentar sensações – boas e ruins –, é uma forma de se sentir vivas." Serrate considera que, para o cinema, especialmente de terror, sentimentos como medo e angústia são importantes. Não menos assustadores, os zumbis foram repaginados nos últimos 10 anos. Correm atrás de humanos, estão conscientes e a existência deles é justificada por surtos de vírus e bactérias, que os tornam mutantes. Segundo Belotti, a modernização do zumbi começou com a regravação, em 2004, do filme "Madrugada dos Mortos" (1974). "Foi a saída que acharam para gerar susto, medo e tensão na nova geração de fãs", explica. Para Serrate, as adaptações às características originais surgiram para dar explicações científicas ao público, que cobra cada vez mais racionalidade no cinema. Na TV Na terça (18), a série "Walking dead" estreou a segunda temporada na FOX (TV a cabo). Os episódios narram a luta de um grupo - Lori Grimes (Sarah Wayne Callies), Shane Walsh (Jon Bernthal), Andrea (Laurie Holden) e Glenn (Steven Yeun) –, chefiado pelo policial Rick Grimes (Andrew Lincoln), que tenta encontrar um local seguro para sobreviver em um mundo devastado por uma epidemia zumbi. O objetivo era encontrar respostas para anomalias no centro de controle de doenças, mas se tornou questão de vida ou morte. "Walking dead" vai ao ar toda segunda, às 22h. Dicas O cineasta, pesquisador e fã de zumbis Tiago Belotti separou alguns títulos para os que desejam conhecer melhor os mortos-vivos. Prepare-se: Filmes: - Night of the Living Dead (1968)- Dawn of the Dead (1978) - The Evil Dead (1981) - Day of the Dead (1985) - The Return of the Living Dead (1985) - Evil Dead II (1987) - 28 Days Later (2002) - Shaun of the Dead (2004) - Dawn of the Dead (2004) - REC (2007) - A Capital dos Mortos (2008) - Mangue Negro (2008) - Zombieland (2009) Literatura: - O Guia de Sobrevivência a Zumbis - Max Brooks - World War Z - Max Brooks - Zumbis: o Livro dos Mortos - Jamie Russell - So Now You're a Zombie - John Austin - Apocalipse Zumbi - Alexandre Callari - The Walking Dead - Robert Kirkman, Tony Moore Videogames (franquias): - Resident Evil - Dead Rising - Left 4 Dead - Dead Island

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