Ofensa contra Paulo Freire provoca uma enxurrada de críticas a Bolsonaro
"Ele nem deve saber o significado da palavra ‘energúmeno’", disparou a deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP). O vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA), afirmou que Bolsonaro deveria ‘limpar a boca’ antes de citar o educador
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247 - Uma avalanche de críticas a Jair Bolsonaro invadiu a internet nesta segunda-feira (16), depois de o presidente tecer comentários nada elogiosos ao educador Paulo Freire e ao papel desempenhado pela TV Escola. Referindo-se a Freire como “energúmeno”, o presidente foi menção frequente nas rodas de conversas de parlamentares.
“Bolsonaro nem deve saber o significado da palavra ‘energúmeno’. Se soubesse, perceberia que o adjetivo diz muito mais sobre ele mesmo do que sobre Paulo Freire. O patrono da nossa educação é um dos intelectuais mais respeitados do mundo. Já Bolsonaro...”, insinuou a deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP).
A colega de sigla, Talíria Petrone (PSOL-RJ) complementou a opinião elencando o pouco empenho do atual Governo em executar ações na área educacional. “Paulo Freire é e sempre será muito maior do que qualquer governo fascista que despreza a educação, a ciência e os mais oprimidos. Vale lembrar que Bolsonaro executou só 8% do orçamento para educação infantil, 7% para educação profissional e 4% para educação básica”, apontou.
Depois de postar uma imagem com a estátua de Paulo Freire, o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA), afirmou que o mandatário deveria ‘limpar a boca’ antes de citar o educador. “Esse presidente é a expressão acabada do imbecil, do boçal, ignorante. Limpa a boca pra falar o nome do mestre Paulo Freire, Bolsonaro”.
Indagando sobre a influência de Olavo de Carvalho sobre o Governo, a deputada Érika Kokay (PT-DF) também não poupou na crítica ao presidente. “Paulo Freire é o terceiro teórico mais citado em trabalhos acadêmicos no mundo. Bolsonaro - que tem como ideólogo um terraplanista - se acha no direito de chamá-lo de “energúmeno”? É o retrato mais puro e acabado da ignorância!”, declarou.
Senador capixaba, Fabiano Contarato (Rede) aproveitou a oportunidade para lembrar o prestígio internacional do educador. “1. Bolsonaro passará e Paulo Freire não! Ele ataca o nosso maior professor por mesquinhas razões: trata-se do autor que nos ensina a pensar. E isso não interessa ao desmonte desumano e capitalista do seu governo subserviente. 2. Cabe dizer que Paulo Freire não precisa pedir passagem a Bolsonaro. A ‘Pedagogia do Oprimido’ foi traduzida em + de 20 idiomas. Em 2016, estudo do professor Elliott Green, London School of Economics, a apresenta como terceira mais citada em trabalhos da área de humanas do mundo!”
Líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), também foi a público repudiar as declarações do mandatário. “Nunca antes um educador incomodou tanto um presidente. Arrisco dizer que Paulo Freire se sentiria orgulhoso de não ter o apreço de Bolsonaro. Um presidente que desmonta a Educação e despreza a História, não pode mesmo saber a importância que Freire tem”, afirmou.
Declarado patrono da educação brasileira em 2012, Paulo Freire já foi alvo de Bolsonaro outras vezes. Em uma entrevista no canal do YouTube "Esther e famosos", exibida em abril deste ano, o presidente chegou a afirmar que retiraria em breve retiraria o título concedido ao educador.
Na última sexta-feira (13), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou a não renovação do contrato com a TV Escola, que vigorava desde 1995. A decisão recebeu apoio de Bolsonaro, que alegou a baixa audiência do canal. Presidente disse ainda que a programação oferecida servia apenas para “deseducar” crianças.
Ao meio-dia, a hastag #PauloFreire estava no Trending Topics do Twitter, se tornando o assunto mais comentado do dia.
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