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Brasília

Parlamentares criticam dono do Madero e voltam a defender taxação sobre fortunas

Declaração do empresário - que defendeu que o País não paralise por causa de 5 a 7 mil mortes de coronavírus - foi bastante criticada por parlamentares de oposição, que voltaram a propor a taxação dos mais ricos como enfrentamento da pandemia

As ações pagas pela metade envolvem 14 lojas do grupo Madero (Foto: Reprodução)
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Por Nathalia Bignon, para o 247 - “As consequências que teremos economicamente no futuro vão ser muito maiores do que as pessoas que vão morrer agora com o coronavírus. “Não podemos [parar] por conta de 5 mil pessoas ou 7 mil pessoas que vão morrer. […]”. Com essa frase, o empresário paranaense Junior Durski, dono da rede de restaurantes Madero, sentenciou o colapso da economia brasileira após a pandemia e resumiu a opinião da ala bolsonarista do empresariado do país.

Depois das falas repercutirem nas redes sociais, não foram poucas as manifestações de rejeição ao comportamento de Durski e as ameaças de boicotes aos seus restaurantes nesta terça-feira (24). A polêmica ainda trouxe à tona a proposta de taxação de grande fortunas como forma de angariar recursos para combater as perdas financeiras diante do caos gerado pela expansão do vírus. 

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Líder da minoria, a deputada federal Jandira Feghalli (PCdoB-RJ) foi uma dos muitos parlamentares a retomarem a ideia. “Somos a favor do Estado brasileiro taxar os bilionários e distribuir dinheiro para trabalhadores formais e informais, desempregados e todos que estão em situação de vulnerabilidade”, disse em suas redes sociais. 

Pelo perfil oficial do partido, o PSOL também se manifestou. “Luciano Hang, Roberto Justus, Junior Durski (dono da Madero), são exemplos de como pensa a elite brasileira: seus lucros estão acima das vidas do povo. É abjeto que se diga que "não podemos parar por causa de 5 ou 7 mil mortes". São esses milionários que devem pagar pela crise”, citando também a declaração de outro empresário bolsonarista, Roberto Justos, que afirmou que “não vai acontecer porra nenhuma se o vírus entrar na favela, pelo contrário. Essa molecada que tá na favela […] nem pegam a doença.”.

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Além de difundir a proposta “Tributar os ricos para enfrentar a crise”, sugerida pela Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco), o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA) demonstrou seu pesar com as opiniões dos empresários. “Alguns dos mais ricos mostrando que são paupérrimos de espírito, miseráveis... Mas o povo brasileiro é solidário. Dona Maria vai ajudando seu João, a gente vai se juntando uns com os outros, políticos com sensibilidade e responsabilidade social vão agindo. Assim venceremos!”. 

Conterrâneo de Jerry, o deputado Bira do Pindaré (PSB-MA) também defendeu abertamente a cobrança de mais tributos dos mais ricos. “Apenas e tão somente 58 brasileiros fazem parte da lista de pessoas mais ricas do mundo, segundo o ranking mundial da revista Forbes em 2019. Somados, acumulam uma fortuna de US$ 179,7 bilhões (cerca de R$ 900 bilhões). Com quanto vão contribuir para o combate ao coronavírus?”, questionou. 

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Já o deputado Bohn Gass (PT-RS) afirmou que as falas dos empresários refletem o pensamento do presidente. “Justus e Dursky (sócio de Huck) são parte do 1% mais rico do país. Bolsonaro governa para eles. Justus diz que pandemia é 'gripezinha'', mesmo termo usado por Bolsonaro. Dursky diz que país não pode parar ‘por 5, 7 mil mortes’. Bolsonaro não diz, mas age como quem pensa exatamente assim”. 

Padre João (PT-MG) declarou que é dever dos parlamentares a defesa dos trabalhadores.”A fala do empresário que diz que morrerão 5 ou 7 mil, mas que consequências econômicas serão maiores só reforça o que já tinha dito: precisamos defender os trabalhadores, os pobres, os microempreendedores. O lucro não vale a vida!”, salientou. 

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Na web

A declaração também não foi muito bem vista na internet. Depois de ficar toda a manhã entre os assuntos mais comentados do Twitter, muitos internautas declararam boicote às redes do Madero. 

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“Eu posso não conseguir boicotar todos os empreendimentos pró-Bolsonaro que já frequentei, mas eu juro que eu NUNCA mais piso no Madero”, declarou uma. “Tudo bem sua tia, pai, mãe avô e avó ou inclusive você morrer agora, é totalmente inviável o Madero ficar sem lucro”, ironizou outra.

Houve também quem comentasse o marketing da rede de Durski. “O dono do Madero é zero coerência com as campanhas dele, né? Os comerciais suuuuuper humanizados, daí durante a crise diz que o Brasil não pode parar por 5 ou 7 mil mortos...”, apontou outro. 

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Proposta

Hoje, a Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco), a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), os Auditores Fiscais pela Democracia (AFD) e o Instituto Justiça Fiscal (IJF) propuseram, em documento, a tributar de super-ricos. Segundo estimativa das entidades, a medida poderia arrecadar R$ 272 bilhões para serem usados contra a crise econômica, que será aprofundada pela crise de saúde pública produzida pelo coronavírus.

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