Polícia e moradores entram em confronto no DF

Brasília 247 – A Polícia Militar do Distrito Federal entrou em confronto com um grupo que ocupa irregularmente uma área de Ceilândia, no Distrito Federal. Moradores montaram barricadas com fogo, agrediram jornalistas e tomaram o caminhão de uma empresa que presta serviço de coleta de lixo na manhã desta quarta-feira (4) a operação do governo. Policiais revidaram com a usar spray de pimenta e alguns manifestantes passaram mal.

Moradores afirmaram que pagaram pelos lotes e não foram avisados da operação. De acordo com a Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis), é destinada à construção de equipamentos públicos para o Sol Nascente.

Com 60 mil moradores, o Sol Nascente é a maior ocupação irregular do DF e fica a aproximadamente 35 quilômetros do centro de Brasília. A região tem sofre com altos índices de violência, ruas sem asfalto e falta de escolas. Segundo o GDF, desocupação visa à construção de escolas, creches e postos de saúde.

Uma mulher que preferiu não se identificar afirmou ter ficado surpresa pela ação do governo. "Não me avisaram nada. Não sei para onde vou", afirmou. As informações são do G1. Outra mulher afirmou que pagou R$ 25 mil pelo lote. "Tive que vender meu carro e parcelei durante dois anos pra terminar de pagar", disse. "Para comprar o material tive que comprar fiado. Eles fazem isso porque não temos estudo, porque não aprendemos a roubar como eles", contou.

A Agefis informou a operação deve durar oito dias. A presidente o órgão, Bruna Peres, disse que um primeiro levantamento feito na semana passada aponta que das 363 ocupações, 242 tinham algum tipo de ocupante e 121 estavam desocupadas.

"É uma ocupação orquestrada, os barracos são padrão, todos praticamente iguais e estão sendo organizados por alguma associação, alguma grilagem feita no local e são exatamente as áreas que precisamos desobstruir para urbanizar o trecho 1", afirmou Bruna. "Áreas destinadas para escola, postos de saúde e creches também foram invadidas recentemente", acrescentou.

O subsecretário de Acompanhamento e Fiscalização (Sisp), Fernando Chagas, disse que a "ação irá beneficiar mais de 100 mil moradores. São obras de drenagem, bacia de abastecimento de pico, pavimentação de meios-fios, água, esgoto e iluminação pública."

Segundo a presidente da Agefis, das 363 famílias que serão retiradas da área, 102 estão registradas no programa Morar Bem e 12 delas têm algum familiar com deficiência. "Para as poucas famílias que não estão cadastradas estamos oferecendo albergues para elas ficarem", informou.

"Atuais moradores do Sol Nascente serão beneficiados com a pavimentação e a drenagem. Não podemos fazer a obra se não tiver a área livre e é exatamente essa área que foi invadida. As obras vão começar imediatamente, assim que acabar a operação", acrescentou.