Professores da UnB pedem suspensão do ano letivo
Medida foi decidida na última assembleia, que teve recorde de presença com 401 docentes, maior número desde 2008; 42 universidades federais estão sem aulas
Brasília 247 com UnB Agência - A greve dos professores da Universidade de Brasília continua. Na maior assembleia dos últimos quatro anos, com 401 docentes assinando a lista de presença, os grevistas definiram um calendário de mobilizações que inclui realização de seminário, manifestação no Ministério do Planejamento e uma nova reunião no dia 30. Além disso, foi definido que o movimento vai pedir a suspensão do ano letivo.
"Com a suspensão do calendário, mesmo os professores que não aderiram ao movimento grevista terão que fazer a reposição das aulas", afirmou o presidente da Associação dos Docentes da UnB (ADUnB), Ebnezer Nogueira. Para ser suspenso o calendário depende da aprovação do Conselho Universitário da UnB.
O seminário será na próxima quinta-feira, 24, às 10h, no mesmo anfiteatro 17. Seu objetivo será apresentar para a comunidade as razões da paralisação e contará com a presença de integrantes dos comandos local e nacional de greve. Conforme anunciado na assembleia, 42 das 62 universidades federais já aderiran a paralisação, duas das adesões ocorreram nas últimas 48 horas, a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Universidade Federal Fluminense. "Propomos um debate com todas as partes para informar a nossa base. Isso é fundamental para fortalecer o nosso movimento", completou Rafael Morgado, presidente eleito da Adunb.
Sobre a manifestação em frente ao Planejamento, às 11h, no próximo dia 28, os docentes pretendem sensibilizar as autoridades no mesmo horário em que ocorre mais uma rodada de negociações entre representandes do MPOG, do Ministério da Educação (MEC) e dos três sindicatos que buscam um acordo para o plano de carreira dos professores de ensino superior: Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Fórum dos Professores de Instituições Federais do Ensino Superior (Proifes) e Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe).
O Andes propõe uma carreira com 13 níveis, com aumento de 5% entre cada deles. "Nosso movimento, além de justo, representa a vontade de 42 das 59 instituições federais de ensino superior do país", disse Josevaldo Cunha, do ANDES e do Comando Nacional de Greve. "O movimento cresceu muito. Nos últimos cinco dias tivemos a adesão de nove instituições. A mobilização ainda tem muito a crescer", avaliou Cunha, docente da Universidade Federal de Campina Grande que compareceu à assembleia da UnB para informar os colegas sobre o movimento nacional e as negociações com o governo.
O professor Perci Coelho, vice-diretor do Instituto de Ciências Humanas, concorda. Ele considera o encontro de hoje histórico e não lembra de uma assembleia tão cheia desde o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. ?Eu acredito que a adesão vai aumentar ainda mais. Na semana que vem devemos bater o recorde de presença dos professores numa assembleia", comemorou.
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