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      PT vai ao STF contra MP de Bolsonaro que retira da Funai demarcação de terras indígenas

      Para o deputado José Guimarães (PT-CE), a MP 886 editada por Jair Bolsonaro é uma “verdadeira burla ao que o Congresso Nacional decidiu”.

      Alexandre Moraes revoga regra de FHC para proteger índios. Gente inútil, não é? (Foto: Antônio Cruz/ABr)

      247 - O líder em exercício da Bancada do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE), enviou nesta quarta-feira (19) requerimento ao presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), no qual solicita a devolução à Presidência da República da Medida Provisória 886/19 por conter vários pontos inconstitucionais e atacar os direitos dos povos indígenas, numa verdadeira fraude contra o processo legislativo e a Constituição.

      A iniciativa de Guimarães coincide com outra do Partido dos Trabalhadores, protocolada também nesta quarta-feira no Supremo Tribunal Federal – uma Ação Direta de Inconstitucionalidade – com pedido de liminar para sustar a MP 886/19, que transfere para o Ministério da Agricultura a competência da Funai de identificar, delimitar e demarcar terras indígenas.

      Violação da Constituição

      Tanto Guimarães como o PT argumentam que a MP editada por Bolsonaro viola vários artigos da Constituição, inclusive o nº 62, que veda a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou tenha perdido eficácia. Na votação da MP 870, o Congresso Nacional decidiu transferir a Funai do Ministério da Agricultura de volta para o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, com todas as suas atribuições originais.

      Entretanto, no projeto de lei de Conversão da MP o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro não vetou o artigo, mas o ignorou ao editar a MP 886, transferindo as competência da Funai de volta para o Ministério da Agricultura, o que viola autonomia do Poder Legislativo.

      Conforme lembrou Guimarães, o Congresso Nacional, “dentro de sua autonomia e independência, rejeitou expressamente a transferência da competência para identificação, delimitação, demarcação e registro de terras tradicionalmente ocupadas por indígenas da Funai para o Ministério da Agricultura”, mantendo as atribuições que a entidade cumpre há anos, conforme estabelecido na Constituição.

      Para Guimarães, a MP 886 editada por Bolsonaro é uma “verdadeira burla ao que o Congresso Nacional decidiu”. (Com informações do PT na Câmara)

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