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30% das ligações para a polícia são trotes, diz o Ciops

Consideradas crimes pelo artigo 340 do Código Penal, falsas notificações de ocorrências são realizadas; segundo o delegado Enoque Lemos, diretor do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), na maiorias das vezes os trotes são realizados por crianças e adolescentes, algo em torno 70% a 80%, que acham engraçado a situação

Consideradas crimes pelo artigo 340 do Código Penal, falsas notificações de ocorrências são realizadas; segundo o delegado Enoque Lemos, diretor do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), na maiorias das vezes os trotes são realizados por crianças e adolescentes, algo em torno 70% a 80%, que acham engraçado a situação (Foto: Itevaldo Junior)

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Maranhão 247 - O trote telefônico quando efetuado para um serviço de emergência sai de uma brincadeira mal intencionada e passa a ser considerado crime, que, segundo o artigo 340 do código penal, pode dar de um a seis meses de prisão e multa. Mesmo assim, as falsas notificações de crimes correspondem a nada menos que 30% das ligações que são feitas ao Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), órgão da Secretária de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) que coordena o atendimento das polícias Civil, Militar, Corpo de Bombeiros e também do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu).

O delegado Enoque Lemos, diretor do Ciops, ressalta que os trotes são práticas erradas, muita das vezes realizadas por crianças e adolescentes, algo em torno 70% a 80%, que acham engraçado a situação, mas que acabam prejudicando o serviço das forças envolvidas que precisam se deslocar até o local notificado na ocorrência, mas acabam percebendo que foram enganados e perdendo tempo. "Uma pessoa pode precisar de um atendimento emergencial e a viatura que a atenderia está rodando em um determinado local em busca de um endereço ou de um fato que não existe, ou seja, é um esforço perdido", afirmou o delegado.

Para tentar identificar os trotes o delegado explica que o Ciops já possui um banco de dados com vários números de onde geralmente partem as falsas comunicações. Esses aparelhos, quase sempre são orelhões e estão localizados perto de escolas. Caso o número não esteja na lista, o trote só é identificado quando a equipe se desloca e chega ao local informado. Entre as situações que mais são notificadas como trotes está o roubo, arrombamentos a residências ou comércio, e agora, nos últimos meses tem crescido a denúncias de maus-tratos contra crianças.

Um grande problema, segundo o delegado, é a questão da responsabilização do crime, já que, apesar de ser previsto no código penal, fica difícil identificar os autores da ocorrência, por isso é necessário que haja uma conscientização, através de campanhas educativas, da população.

Denúncias – O Disque-Denúncia, serviço da Secretária de Segurança Pública que recebe denúncias anônimas a respeito de crimes também sofre com a prática de trotes. De acordo com Márcio Pinto, coordenador adjunto do órgão, desde que foi implantado o número 3223-5800 já recebeu 30.250 comunicações falsas de crimes o que corresponde a 13% dos 218.947 atendimentos que foram feitos no mesmo período. Já este ano, dos 23.620 atendimentos, 3.842 foram trotes, uma taxa de 16,26%.

Para o coordenador, o fato de a quantidade de trotes dentro do sistema ser menor do que no Ciops se explica pelo fato de que o número do Disque-Denúncia não ser gratuito, além de que, em uma conversa rápida com os interlocutores, as atendentes acabam por identificar a falsa comunicação, que muita das vezes partem de crianças, ou pessoas com algum tipo de deficiência mental.

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