Alagoas faz campanha do Mês da Consciência Negra com 100% de profissionais negros (vídeo)
Gravado na Serra da Barriga, onde existiu o Quilombo dos Palmares, vídeo trabalha conceitos como orgulho racial e representatividade
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247 - A campanha do Estado de Alagoas para TV e redes sociais, em homenagem ao Mês da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, põe foco na inclusão e na representatividade. O projeto foi realizado integralmente por profissionais pretos. Não apenas atores e bailarinos – a parte visível da peça publicitária –, mas a equipe inteira, composta por mais de 70 pessoas, em absolutamente todas as etapas: criação, direção, coordenação, som, figurinos, maquiagem, fotografia e edição. Carregado de simbolismo é também o lugar escolhido para as gravações: a Serra da Barriga. Foi ali, na cidade alagoana de União dos Palmares, que por quase 100 anos existiu o Quilombo dos Palmares, o maior do Brasil, referência na resistência negra contra a escravidão no País.
A responsável pela campanha é a produtora Artecetera Comunicação Integrada. A peça é dirigida por um negro, o publicitário Luciano Quirino. “O vídeo tem um simbolismo, vai além somente da inclusão. A proposta é de identificação das pessoas pretas com sua cor, com suas raízes. Serve de reflexão sobre a participação dos negros no mercado de trabalho”, explica Quirino.
Na região da Serra da Barriga nasceu também, há 130 anos, Jorge de Lima, importante poeta negro e um dos grandes nomes do modernismo brasileiro, autor dos versos “Aqui é Zumbi, Barriga da África, Serra da minha terra”, do poema sobre a Serra da Barriga declamado no vídeo da campanha.
“A campanha é motivo de orgulho para todos nós. Como mulher preta, descendente também de indígenas, me sinto representada. Somos protagonistas da campanha, como somos, e devemos ser sempre, protagonistas da nossa própria história”, afirma a secretária estadual da Mulher e dos Direitos Humanos, Maria Silva.
Diferentes tons de pele negra
O vídeo, de 45 segundos, é narrado por um locutor em off, que lê trechos do poema de Lima, figura importante da cultura alagoana, morto há 70 anos. Imagens do Grupo Olóómi Áyyéé, da comunidade quilombola Muquém, e de manifestações artísticas ligadas à cultura negra acompanham a declamação.
A direção de fotografia do filme buscou valorizar as pessoas. Rostos e expressões de homens, mulheres, crianças e idosos aparecem em destaque. Houve todo um cuidado com a iluminação, para potencializar a percepção dos diferentes tons de pele negra. Tudo isso com a silhueta da Serra da Barriga e seus cenários ao fundo, reforçando a carga histórica.
“A Serra da Barriga está ali como lugar de significância, de identificação, reconhecimento e pertencimento. O roteiro, a fotografia e a iluminação ajudam a transmitir a ideia de resgate da ancestralidade, de consciência e identidade racial. Faz parte da construção de um orgulho da negritude de cada um”, resume Quirino.
Ficha técnica:
▪️Cliente: Governo de Alagoas
▪️Agência: Artecetera Comunicação Integrada
▪️Atendimento: Luciano Quirino
▪️Criação: Luciano Quirino e Renato Nascimento
▪️Produção: Luiz Moreira
▪️Mídia: Claudia Alcântara
▪️Produtora: VTK Vídeo Produções
▪️Direção de cena: Lucas Cachalote
▪️Direção de Fotografia: Gerson Barros
▪️Coordenadora de Produção: Paula Amaral
▪️Produção: Roseane Conceição
▪️Assistente de produção: Saulo Emanuel
▪️Figurinista: Pedro Braz
▪️Maquiagem: Gabriella Gomes
▪️Som direto e trilha: Christiano Reis
▪️1• Assistente: Dalio Marinho
▪️2• Assistente: Marcelo Lenhador
▪️Gaffer: Valterlin
▪️Assistentes de Maquinaria: Edson Oliveira e Paulo
▪️Edição: Anderson Conrado
▪️Fotografia: Romildo Soares
▪️Grupo de Dança e Percussão Afro: Olóómi Áyyéé - Comunidade Remanescente Quilombola Muquém
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