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      Delator aponta 'fluxo de propina' na gestão Roseana

      O delator da Operação Lava Jato, Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará, afirmou à Procuradoria-Geral da República que o doleiro Alberto Youssef lhe mostrou, no final de 2013, um rascunho indicando "fluxo de propina" dividido em vários níveis, um deles identificado pela palavra 'Leão', em uma suposta referência ao Palácio dos Leões, sede do governo do Maranhão; segundo as investigações, a propina seria referente a um precatório de R$ 134 milhões da gestão Roseana Sarney (PMDB)

      Roseana Sarney (Foto: Leonardo Lucena)
      Leonardo Lucena avatar
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      Maranhão 247 - O delator da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará, afirmou à Procuradoria-Geral da República que o doleiro Alberto Youssef lhe mostrou, no final de 2013, um rascunho indicando "fluxo de propina" dividido em vários níveis, um deles identificado pela palavra 'Leão', em uma suposta referência ao Palácio dos Leões, sede do governo do Maranhão.

      Segundo as investigações, a propina seria referente a um precatório de R$ 134 milhões da gestão Roseana Sarney (PMDB), filha do senador José Sarney (PMDB/AP), em favor da UTC Engenharia. Precatório é título judicial que deve ser honrado pelo Executivo, mas normalmente o credor geralmente entra numa fila sem fim. A ordem cronológica deve ser acatada rigorosamente pela Fazenda devedora.

      O relato de Ceará reforçou a denúncia do próprio Youssef, que confirmou à força-tarefa da Lava Jato o pagamento R$ 3 milhões em propinas para o então secretário-chefe da Casa Civil de Roseana, João Abreu, em troca da liberação do precatório milionário da empreiteira. Youssef foi preso na Operação Lava Jato dia 17 de março de 2014 no Hotel Luzeiros em São Luís.

      Para "driblar" a imposição legal e a longa espera para obter a liberação da quantia na frente de outros credores do Maranhão, Youssef teria corrompido assessores de Roseana por meio de um auxiliar dele conhecido por "Marcão", provavelmente o corretor Marco Antonio Ziegert .

      Em seu depoimento, Ceará citou "Marcão": "O rascunho que Youssef mostrou ao declarante na UTC, quando falou do negócio do precatório do Maranhão, continha indicação de um fluxo de propina em três níveis: o primeiro era a UTC; o segundo formado por Marcão e Youssef; um terceiro formado por uma pessoa da qual o declarante não se recorda; e um quarto com a referência 'Leão'. Depois o declarante soube que o Governo do Maranhão tem sede no Palácio dos Leões", disse.

      O procurador-geral Rodrigo Janot mandou encaminhar ao Ministério Público (MP-MA) uma cópia desse depoimento do delator. "Youssef se dirigiu às salas dos diretores, não sabendo o declarante com quem ele foi falar. Ao retornar, Youssef mostrou ao declarante um papel rascunhado, dizendo que tinha recebido autorização para fechar um negócio sobre um precatório no Maranhão de cerca de R$ 100 milhões. Youssef estava bastante entusiasmado com o negócio, que, por isso, o declarante acredita que seria bastante rentável", diz o texto da declaração de Ceará.

      Outro lado

      Em setembro de 2015, o ex-secretário da Casa Civil do Maranhão João Abreu negou ter recebido propina em troca de autorizar o pagamento do precatório da Constran-UTC. Ele disse, no entanto, que o corretor Marco Antonio Ziegert, o Marcão, apontado como elo entre o governo maranhense e a empreiteira, deixou em seu gabinete uma mala no dia da prisão do doleiro Youssef. A PF constatou que Marcão acompanhou Youssef na viagem ao Maranhão. 

      O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende Roseana Sarney disse que "Marcão" é uma pessoa que conhece a família, conforme relato do Estadão. "Este assunto foi investigado, já tem denúncia recebida pela Justiça e a Roseana foi inocentada. Ela não foi incluída na denúncia. Tudo mais não nos interessa, o processo termina aí para ela", afirmou o defensor.

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