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Delator pensou em comprar R$ 1 milhão em suco para maquiar propina a Lobão

O delator da 'Lava Jato' Luiz Carlos Martins, ligado à empreiteira Camargo Corrêa, disse que cogitou comprar R$ 1 milhão em suco de fruta com o objetivo de maquiar suposta propina ao senador Edison Lobão (PMDB-MA), nas obras da Usina de Belo Monte, em Altamira (PA); "O ‘caminho’ utilizado para fazer o dinheiro chegar ao destinatário, o então ministro de Minas e Energia Edison Lobão, foi mencionado em reunião do Conselho-Diretor do CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte); que, especificamente, recorda-se que foram cogitados vários “caminhos”, sendo que um deles envolvia Luiz Fernando Silva, que teria sido Secretario Estadual no Maranhão e que teria vínculos com o então ministro Lobão", afirmou o delator

O delator da 'Lava Jato' Luiz Carlos Martins, ligado à empreiteira Camargo Corrêa, disse que cogitou comprar R$ 1 milhão em suco de fruta com o objetivo de maquiar suposta propina ao senador Edison Lobão (PMDB-MA), nas obras da Usina de Belo Monte, em Altamira (PA); "O ‘caminho’ utilizado para fazer o dinheiro chegar ao destinatário, o então ministro de Minas e Energia Edison Lobão, foi mencionado em reunião do Conselho-Diretor do CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte); que, especificamente, recorda-se que foram cogitados vários “caminhos”, sendo que um deles envolvia Luiz Fernando Silva, que teria sido Secretario Estadual no Maranhão e que teria vínculos com o então ministro Lobão", afirmou o delator (Foto: Leonardo Lucena)

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Maranhão 247 - O delator da Operação Lava Jato Luiz Carlos Martins, ligado à empreiteira Camargo Corrêa, afirmou que cogitou comprar R$ 1 milhão em suco de fruta com o objetivo de maquiar suposta propina ao senador Edison Lobão (PMDB-MA), nas obras da Usina de Belo Monte, que fica em Altamira (PA). No fim de março, o executivo prestou novas declarações à Polícia Federal, em Brasília, , e reiterou tudo o que disse em sua delação premiada.

"O ‘caminho’ utilizado para fazer o dinheiro chegar ao destinatário, o então ministro de Minas e Energia Edison Lobão, foi mencionado em reunião do Conselho-Diretor do CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte); que, especificamente, recorda-se que foram cogitados vários “caminhos”, sendo que um deles envolvia Luiz Fernando Silva, que teria sido Secretario Estadual no Maranhão e que teria vínculos com o então ministro Lobão", afirmou o delator.

Martins disse à PF que precisava "efetivar os repasses" e solicitou a Gustavo da Costa Marques, ao funcionário da Camargo Corrêa, que fosse ao Maranhão para se certificar do suposto vínculo entre Luiz Fernando Silva e Lobão. Segundo o executivo, ao retornar, Marques afirmou que o ‘caminho era aquele mesmo, ou seja, via Luiz Fernando Silva’.

De acordo com o delator, Gustavo Marques lhe deu o telefone de contato de Luiz Fernando Silva e informou que os valores deveriam ser encaminhados também a um empresário de nome Ilson Mateus. Martins afirmou que, "como se tratava de um empresário atuante no rama de supermercados, houve dificuldade da parte do declarante quanto a forma de contratação de alguma empresa desse setor pela Camargo Corrêa, de modo que os valores pudessem ser remetidos ao Maranhão".

"Enquanto discutia essa dificuldade com Gustavo Marques, em momento de descontração, surgiu a ideia de aquisição de R$ 1 milhão em suco de fruta, o que ilustra a dificuldade que havia em operacionalizar o envio do dinheiro", complementou.

Por conta da dificuldade, Martins revelou que passou a procurar uma empresa com atividade compatível com a Camargo Corrêa, que pudesse fazer a intermediação dos valores, e teria surgido o nome do empresário Fernando Brito em conversas no conselho do CCBM e, ‘mais a frente, tal nome contou com a confirmação de Gustavo Marques, que já o conhecia e opinou no sentido de que o empresário poderia auxiliar na questão’.

"Gustavo Marques agendou um encontro entre o declarante e o empresário Fernando Brito, o qual se realizou em um restaurante situado no bairro Itaim, em São Paulo, cujo nome não recorda; que, nesse encontro, o empresário Fernando Brito efetivamente se dispôs a auxiliar na intermediação dos valores, afirmando que, para tanto, poderia lançar mão da empresa AP Energy, da qual fora sócio", acrescentou o delator. "Fernando Brito interessou-se em resolver a questão, pois pretendia atuar em outras frentes com a Camargo Corrêa, como efetivo prestador de serviço".

Segundo Martins, para justificar contabilmente a saída de valores da empreiteira, houve a celebração de um contrato entre a construtora e a AP Energy, ‘o qual, como era sabido por todos, tratava-se de um contrato com objeto fictício’.

“O declarante solicitou ao funcionário Arnaldo Feitosa que elaborasse uma minuta de contrato, nos moldes adotados pela Camargo Corrêa, voltado à contratação de serviço de consultoria na área de engenharia, cujas cópias e correspondentes notas fiscais já foram apresentadas pela declarante; que Arnaldo Feitosa desconhecia absolutamente que o contrato firmado entre a Camargo Corrêa e a AP Energy tratava-se de uma simulação”, contou.

Segundo o executivo, "a remessa de valores ao Maranhão ficou ao encargo da AP Energy ou de outras empresas ligadas a ela ou ata mesmo de seus sócios, não sabendo o declarante detalhes operacionais a esse respeito’. "Tem convicção de que os valores chegaram ao destinatário porque cessaram as cobranças; que, posteriormente, surgiu a necessidade de encaminhamento de novos valores ao Maranhão, também destinados ao então Ministro Edison Lobão e a Camargo Corrêa utilizou-se do mesmo “caminho” acima narrado, firmando novo contrato com a AP Energy, igualmente com objeto fictício", disse.

Outro lado

O criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, defende Edison Lobão e, segundo o blog do Fausto Macedo, afirmou que o senador e ex-ministro ‘desconhece essa empresa’. "Nunca ouviu falar, não conhece essas duas pessoas que seriam os donos da empresa. Realmente não tem a menor noção de por que houve a citação", acrescentou.

 

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