'Reforma política é um imperativo absoluto'
Governador eleito do Maranhão, Flávio Dino afirmou que os desdobramentos da Operação Lava Jato vão provocar um "terremoto" no Congresso Nacional; a Operação Lava Jato investiga um esquema de lavagem de dinheiro em nível nacional, e, atualmente, foca sua atuação nas empreiteiras; "Estamos diante de fatos que implodiram o sistema de organização do jogo político. A reforma política se tornou um imperativo absoluto, o Congresso vai ter que deliberar. Só lamento que vai deliberar no meio de um profundo terremoto", disse
Maranhão 247 – O governador eleito do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), afirmou, nesta segunda-feira (17), que os desdobramentos da Operação Lava Jato vão provocar um "terremoto" no Congresso Nacional. A operação investiga um esquema de lavagem de dinheiro em nível nacional, liderado pelo doleiro Alberto Youssef. Pelo menos R$ 10 bilhões teria sido movimentados. Atualmente, a operação está em sua sétima fase, e foca sua atuação nas empreiteiras.
Um dos principais pontos discutidos quando se trata de reforma político é o financiamento de campanhas eleitorais por parte das empreiteiras. "Estamos diante de fatos que implodiram o sistema de organização do jogo político. A reforma política se tornou um imperativo absoluto, o Congresso vai ter que deliberar. Só lamento que vai deliberar no meio de um profundo terremoto", acrescentou o comunista, ao programa Roda Vida, da TV Cultura.
Estão envolvidas no esquema: Odebrecht, Camargo Corrêa, OAS, Andrade Gutierrez, Construtora Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Iesa Óleo e Gás, UTC, Engevix, Iesa e Mendes Junior. Ao todo, 23 executivos ligados a essas empreiteiras foram presos no último sábado (15), a maior parte da OAS. Deste total, 17 tiveram prisão temporária decretada - o prazo é de cinco dias, mas a Polícia Federal não informou se renovará as prisões.
Duas pessoas estão foragidas: o lobista Fernando Soares, o "Fernando Baiano", suspeito de ser o elo de ligação entre PMDB e esquema de corrupção na Petrobras, e Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA).
Além das empreiteiras, fazem parte do esquema funcionários da estatal e dezenas de políticos. De acordo com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, os principais contratos da estatal tinham cobrança de propina de até 3% pagas por empreiteiras, que abastecia, sobretudo, PT, PMDB e PP. PSDB e PSB também foram beneficiados.
Ao dar continuidade a seu comentário sobre a reforma política, Flávio Dino afirmou que o melhor caminho é buscar uma constituinte exclusiva para deliberar sobre as mudanças no sistema político, mesma proposta defendida pelo PT e pela presidente Dilma. "Como tese, a da constituinte é a melhor de todas, em função do nível de legitimidade e da participação popular", disse.
'Sarney se vingou'
Flávio Dino também comentou sobre a eleição para governador do Maranhão. De acordo com ele, o senador José Sarney (PMDB) votou no ex-presidenciável Aécio neves (PSDB) para se vingar da presidente Dilma Rousseff (PT).
"Da parte dele, não há duvida: é um gesto de vingança íntima e pessoal", disse o ex-deputado federal. "É algo muito revelador, na verdade, dessa figura pública, a qual não compete a mim julgar: quem julgará é a história", complementou.
Flávio Dino foi eleito governador do Maranhão ainda no primeiro turno, com 63,52% dos votos válidos, contra 33,69% do senador Edison Lobão Filho (PMDB), apoiado pela sua correligionária e atual chefe do Executivo maranhense, Roseana Sarney.
O comunista tinha apoio do PSDB – vice na chapa majoritária -, e Lobão Filho tinha apoio do PT nacional. Mas a presidente Dilma Rousseff preferiu manter a neutralidade na disputa pelo governo do Maranhão, o que revoltou o Diretório do PT regional, que apoiava Flávio Dino.
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