'Acredito que o crime foi por homofobia'
O irmão do jovem Adriano da Silva Pereira, 33 anos, disse em depoimento na Divisão de Homicídio da Baixada Fluminense (DH/BF) que acredita que o crime tenha sido praticado por homofobia; segundo Mazé Mixo, Adriano saiu de casa dando entender que voltaria rapidamente, já que tinha que levantar muito cedo no dia seguinte, quando começaria em um novo trabalho temporário; o corpo do rapaz foi encontrado dentro de um valão em Nova Iguaçu, também na Baixada, com marcas de facada e espancamento
Jornal do Brasil - O irmão do jovem Adriano da Silva Pereira, 33 anos, disse em depoimento na Divisão de Homicídio da Baixada Fluminense (DH/BF) que acredita que o crime tenha sido praticado por homofobia. Segundo Mazé Mixo, Adriano saiu de casa no domingo (5/7) dando entender que voltaria rapidamente, já que tinha que levantar muito cedo no dia seguinte, quando começaria em um novo trabalho temporário. O corpo do rapaz foi encontrado dentro de um valão em Nova Iguaçu, também na Baixada, com marcas de facada e espancamento.
Em uma conversa com o Jornal do Brasil na tarde desta quinta (9), um pouco antes de prestar depoimento à polícia, Mazé Mixo contou que falou com Adriano pela última vez por volta das 21 horas do domingo (5). Adriano comentou que estava indo se encontrar com amigos e voltaria sem demora, mas não citou nenhum nome. Mazé disse que o irmão chegou a ativar o despertador para o dia seguinte e estava contente com a novidade. "Ninguém chamou ele no Facebook, não encontramos telefonemas suspeitos, não tinha nenhum recado estranho em casa, nada", diz Mazé. Ele comentou ainda que o irmão, que era homossexual, não estava em nenhum relacionamento estável.
Questionado da possibilidade do crime ser por intolerância religiosa, Mazé disse que a família acha este caminho improvável. "Ele não estava com nenhuma guia ou apetrecho religioso", contou, acrescentando que o irmão também não estava com dinheiro no bolso, apenas um Bilhete Único. Mazé se diz confiante no trabalho da polícia e acredita que as causas da morte serão descobertas em muito breve.
Adriano era um conhecido produtor cultural na Baixada e Rio e a sua morte causou indignação aos muitos amigos. O corpo dele foi reconhecido por familiares no Instituto Médico Legal de Nova Iguaçu, dois dias depois do desaparecimento. O sepultamento do rapaz aconteceu nesta quarta (8), no Cemitério Jardim da Saudade, em Edson Passos, na Baixada. Adriano participava há três anos do grupo tambores de Olokun, adepto do candomblé e foi fundador do movimento 28 de Junho, que apoia as causas LGBT.
O delegado responsável pelo caso, Fábio Cardoso, disse que está trabalhando com duas linhas de investigação, ambas envolvendo preconceito e ódio. Segundo Cardoso, o crime pode ter sido cometido por intolerância religiosa - Adriano fazia parte de um centro de candomblé - ou por homofobia. A possibilidade do rapaz ter reagido um assalto é pequena, de acordo com a DH.
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