Aos berros, PM tenta intimidar professora durante ocupação de alunos: "Aqui é polícia!"

247 - Um vídeo em que um policial militar aparece berrando com uma professora da escola Lênio Vieira de Moraes, no Jardim Santa Mônica em Barueri, repercute nas redes sociais.

A ação aconteceu nesta segunda-feira (16) durante a ocupação de alunos contra o fechamento das turmas de Ensino Médio e EJA. Nas imagens, o PM exige de forma truculenta, inclusive ameaçando dar cabeçadas contra a professora Angela Soares, conselheira do Sindicato dos Professores (Apeoesp), para que entregue os documentos para "verificação".

Encostada contra um muro, ela informa que está orientando os alunos a esperarem a chegada dos pais, por serem menores de idade, e o policial continua, aos berros, exigindo que a educadora mostre os documentos dela, dizendo que aquela é um ordem policial e ameaçando levá-la para a delegacia por resistência.

Ela rebate, pedindo que ele não grite, pois ela é uma professora "e merece respeito". "Fica quieta. Aqui é polícia, beleza? Abaixa a voz.".  Educadora diz que em 25 anos nunca passou por situação semelhante.

Nas redes, dezenas de pessoas, incluindo autoridade e liderançans políticas, manifestaram solidariedade a professora.

"Quanta truculência desse policial e quanta coragem dessa professora, que defendia alunos numa escola pública de SP. Os estudantes protestavam contra a decisão do governo estadual de encerrar as aulas de ensino médio na unidade. Toda nossa solidariedade à professora Ângela Soares!", disse a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA).

Ocupação

Estudantes do colégio ocuparam o prédio para reivindicar contra o fechamento de turmas do noturno e a transferência para outras unidades da rede. Segundo a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, o prédio do colégio é dividido com a prefeitura, que oferta os turnos matutino e vespertino. 

Ao Estado, cabe o período no noite. A pasta afirmou que há um estudo indicando o encerramento do noturno mas, que após ida da dirigente regional de Itapevi ao local para conversar com os estudantes, nada será modificado no próximo ano letivo.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirma que “a Polícia Militar analisa as imagens para identificar o policial envolvido e as circunstâncias relativas aos fatos”.