Após batalhões adotarem o uso de câmeras, mortes em intervenções policiais despencam 80% em São Paulo
Número de lesões corporais também caiu. Redução chegou a 28%
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247 - As mortes resultantes de intervenções policiais caíram em 19 dos 131 batalhões da Polícia Militar de São Paulo. A queda, de 80%, é atribuída ao uso de câmeras instaladas nos uniformes dos policiais.
Segundo o UOL, entre junho de 2021 e maio deste ano, os 19 batalhões registraram 41 mortes resultantes de intervenções policiais, contra 207 nos 12 meses anteriores ao início do programa Olho Vivo. O número de mortes corresponde a 82% da média anual de 226 assassinatos nos sete anos anteriores.
Além da queda no número de mortes, a quantidade de lesões corporais também caíram significativamente. Os dados revelam que 44 pessoas se machucaram em ações policiais nos 12 meses após a adoção das câmeras, 28% menos do que as 61 ocorrências registradas um ano antes.
Apesar da queda na letalidade policial,ao menos três pré-candidatos ao governo de São Paulo já afirmaram que pretendem restringir o uso das câmeras corporais no caso de serem eleitos no pleito de outubro.
“Márcio França (PSB) disse que as agentes mulheres ficam constrangidas para usar o banheiro, o que foi rebatido pelo governador Rodrigo Garcia (PSDB), segundo quem ‘a preservação íntima dos policiais já existe’. Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato de Jair Bolsonaro (PL), e Abraham Weintraub (PMB), ex-ministro da Educação, condicionaram o uso do equipamento ao controle absoluto do policial militar no registro das imagens”, destaca a reportagem.
A conselheira federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) por São Paulo, Silvia Virginia Silva de Souza, diz que a adoção das câmeras reduziu a violência policial e que a iniciativa vem ganhando defensores em todo o país.
"A redução de 80% em um ano demonstra que as forças de segurança podem atuar de outra forma na contenção da criminalidade", disse. "A redução da violência com o uso das câmeras vai impactar em todo o Brasil, completou".
Segundo ela, a tendência está se espalhando por outros estados do país. "Grupos de atuação, principalmente do movimento negro, vêm pressionando os legislativos locais para aprovarem leis com essa mesma finalidade", ressaltou.
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