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Sudeste

Beltrame, um xerife enrolado em números

Secretrio de Segurana Pblica, Jos Mariano Beltrame, divulga queda nas estatsticas criminais; informao constestada por pesquisa do Ipea; reunio de emergncia convocada para apurar os fatos

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Rio 247 _ Os  números da violência no Estado do Rio de Janeiro estão sob fogo cruzado. O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, anunciou queda nos casos de homicídios no estado desde 2007. Mas a pesquisa do economista Daniel Cerqueira, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), contesta a afirmação do secretário.

Perplexo com a diferença nas estatísticas, Beltrame ordenou reunião de emergência com representantes da Secretaria de Saúde, do Instituto de Segurança Pública (ISP) e do Departamento de Polícia Técnica do Rio para rever os critérios de divulgação dos números oficiais. Segundo nota oficial da secretaria, o objetivo de Beltrame "é encontrar a verdade dos fatos", uma vez que a transparência na elaboração dos indicadores de criminalidade é uma prioridade do órgão.

Segundo o Ipea, o Estado do Rio de Janeiro teria “ocultado” em suas estatísticas 3.165 homicídios apenas no ano de 2009 e isso teria alterado as estatísticas oficiais. O estudo foi divulgado na coluna de Elio Gaspari, domingo, no Jornal O Globo.

O número de homicídios dolosos - com intenção de matar - caiu 18% em todo o Estado do Rio de Janeiro no ano de 2010 se comparado com 2009, de acordo com o ISP (Instituto de Segurança Pública), órgão do governo estadual e usado por Beltrame. É a primeira vez que são registrados menos de 5.000 assassinatos, de acordo com o órgão, no espaço de 365 dias. Também é a maior queda percentual de um ano para outro, desde 1991.

Mas a pesquisa do Ipea, baseada em dados do Ministério da Saúde, contesta o secretário, conhecido como o “xerife” do Rio. A pesquisa "Mortes Violentas Não Esclarecidas e Impunidade no Rio de Janeiro" comparou os dados de 2006 com estatísticas de 2007 a 2009, após o início do governo de Sérgio Cabral (PMDB). O resultado é que o Rio de Janeiro, que abriga 8% da população nacional, continua registrando 27% do total das mortes violentas cuja intenção não foi determinada. Números que conflitam com as estatísticas oficiais.

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Até 2006, de acordo com Cerqueira, a taxa do Rio de mortes violentas por "causas indeterminadas" caiu de 13 para dez por cem mil habitantes. No mesmo período, a do Brasil passou de seis para cinco, patamar em que permanece. Segundo a pesquisa do Ipea, em 2007, no início do governo Sérgio Cabral, os "indeterminados" passaram a ser 20 para cada cem mil habitantes. Em 2009, foram 22, ou seja, 3.615 pessoas, sendo que 538 destes casos foram mortes causadas por armas de fogo. Só para efeito de comparação, São Paulo, com uma população três vezes maior, teve, no mesmo ano, 145 casos. A conclusão da pesquisa foi que, com 8% da população do país, o Rio produziu 27% dos "indeterminados" nacionais.

A Secretaria de Segurança esclareceu que os dados utilizados pela polícia e pelo ISP são baseados em procedimentos policiais. Já a Secretaria estadual de Saúde baseia-se em declarações de óbito. Ainda segundo a secretaria, uma declaração de óbito não indica se a morte foi provocada por crime, o que exige exames periciais, daí a tal contradição nos números.

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