“Caiu a máscara”, diz Lindbergh sobre denúncias da Odebrecht
Executivos da Odebrecht denunciaram à PGR que a construtora pagou R$ 23 milhões via caixa 2 à campanha do atual ministro José Serra (PSDB) à presidência em 2010 e entregue R$ 10 milhões em dinheiro vivo para o PMDB, a pedido do presidente interino Michel Temer; chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, teria recebido R$ 4 milhões dessa quantia; para o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), as denúncias são motivo para pedir a saída de Temer e mostram "a farsa do discurso dos peemedebistas e demais parlamentares que se aliaram ao governo interino"
Da RBA - A segunda-feira (8) começou com ampla repercussão entre os parlamentares sobre as informações divulgadas nos últimos dias envolvendo pesos-pesados do governo interino: o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e José Serra (Relações Exteriores).
Executivos da Odebrecht denunciaram a procuradores da força-tarefa da Procuradoria-Geral da República (PGR) que a construtora pagou R$ 23 milhões à campanha de Serra (PSDB) à presidência em 2010 – quase dez vezes mais que o valor declarado pelo tucano ao Tribunal Superior Eleitoral. Os executivos afirmaram que parte do dinheiro foi paga no Brasil e parte foi entregue por meio de depósitos em contas no exterior, segundo reportagem da Folha de S.Paulo deste domingo. Assim, a campanha do tucano teria recebido da empreiteira R$ 25,4 milhões – sendo R$ 23 milhões por meio de caixa 2. Em valores corrigidos pela inflação, o montante soma R$ 34,5 milhões.
Em relação aos políticos do PMDB, a empresa teria entregue a pedido de Michel Temer, em 2014, R$ 10 milhões em dinheiro vivo. Padilha teria recebido R$ 4 milhões e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, candidato ao governo de São Paulo pelo partido, outros R$ 6 milhões. Os valores teriam sido contabilizados no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, também conhecido como o “Departamento da Propina” da empreiteira. A informação foi publicada por uma revista semanal.
Os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Roberto Requião (PMDB-PR) e Humberto Costa (PT-PE) já deram declarações dizendo que pedirão providências sobre o presidente em exercício e vão analisar qual a melhor forma de agir: se por meio de ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) ou no formato de um novo pedido de impeachment de Temer.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que as denúncias divulgadas no último final de semana “mudam o clima político do país” e que os partidos que fazem oposição ao governo provisório vão pedir o afastamento imediato do ministro, além de estudar uma forma de solicitar a saída do presidente em exercício.
A opinião do senador é que o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff deveria ser suspenso, porque as denúncias “modificam profundamente o cenário” e mostram a iniciativa golpista denunciada pelo PT desde o início, “além da farsa do discurso dos peemedebistas e demais parlamentares que se aliaram ao governo interino”. Ele ainda destacou em sua rede social: “Caiu a máscara”.
Roberto Requião (PMDB-PR) também criticou Temer e disse ter certeza de que o presidente provisório, com essas denúncias, “não tem condições de se sustentar mais no governo”.
Além de Lindbergh e Requião, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), avaliou que a posição dos senadores que se dizem indecisos em relação à forma como vão votar amanhã (9), na sessão da pronúncia da denúncia do impeachment, pode ser modificada, depois dos últimos acontecimentos.
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