Candidato à reeleição, Ricardo Nunes gasta 295% a mais que seus antecessores juntos em obras sem licitação
Obras emergenciais sem licitação consumiram R$ 3,7 bilhões entre janeiro de 2022 e outubro de 2023, maior valor em 14 anos
247 - O atual prefeito de São Paulo e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), é o gestor municipal que mais gastou em obras sem licitação nos últimos 14 anos. Um levantamento feito pelo Tribunal de Contas do Município (TCM), a pedido do UOL, aponta que as chamadas obras emergenciais consumiram R$ 3,7 bilhões entre janeiro de 2022 e outubro de 2023.
“O valor representa 294,5% a mais do total pago de 2009 até 2021 na capital paulista para obras desse tipo — quase R$ 950 milhões. A comparação dos gastos foi feita a partir da gestão de Gilberto Kassab (PSD)”, destaca a reportagem.
Ainda conforme o UOL, entre 2022 e 2023 a gestão de Ricardo Nunes contratou 298 obras do gênero, a maioria delas relacionada a córregos. Uma auditoria do TCM apontou que a prefeitura "agiu com insuficiente planejamento para o enfrentamento de problemas históricos da cidade" em "cerca de 90%" das obras analisadas. “Esse tipo de contratação distingue-se da emergência real, denominando-se 'emergência fabricada'”, diz um trecho do documento.
O TCM também destaca que vistorias físicas apontam superfaturamento da ordem de R$ 80 milhões e 18 obras. Os contratos foram firmados com apenas dez empresas e mais da metade delas descumpriu o prazo estabelecido de 180 dias estabelecido pela legislação para que fossem concluídas as obras. A auditoria apontou, ainda, que quase R$ 40 milhões foram usados para serviços injustificados.
Em nota, a prefeitura disse que as obras foram realizadas "pelo agravamento das situações de risco em encostas e margens de córregos” e que “as contratações ocorrem somente após vistorias da Defesa Civil, de engenheiros da Siurb (Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras), além de parecer jurídico assinado por um procurador do município”.
