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Carlos Bolsonaro detona Moro: "estou para ver uma pessoa mais mau-caráter"

Clã Bolsonaro parte para a guerra total com o ex-ministro da Justiça, que deixou o governo acusando Jair Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal

(Foto: Instagram/Divulgação)
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247 – O vereador Carlos Bolsonaro, estrategista de comunicação do pai, partiu para a guerra total com o ex-ministro Sergio Moro. "Estou para ver uma pessoa, ao meu ver, mais máu caráter que este sérgio moro. Enquanto no governo afirmava que nunca houve interferência do presidente na Polícia Federal. Ontem entregou conversas privadas para a globo com sua afilhada, que nada comprovou a não ser sua índole", escreveu ele (sic), em seu twitter.  "Hoje, o desarmamentista insiste em narrativa para se manter vivo na política. O país quer crescer e está cansado de um ex-ministro que via o povo ser massacrado com aquela sua cara de paisagem e preferiria curtir uma prudência, sofisticação, um alicate, biografia e os tucanos", aponta ainda.

Saiba mais sobre o caso:

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BRASÍLIA (Reuters) - Na reunião ministerial do dia 22 de abril citada pelo ex-ministro Sergio Moro como prova de tentativa de interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal, o presidente disse que não poderia ser surpreendido, queixou-se de que a PF não lhe dava informações, chamou de vergonha não ser informado pelos serviços de informação e afirmou que iria interferir.

Essas declarações constam de transcrição da fala do presidente apresentada no fim da tarde desta quinta-feira pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao Supremo Tribunal Federal (STF).

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“Eu não posso ser surpreendido ser surpreendido com notícias. Pô, eu tenho a PF que não me dá informações; eu tenho a inteligência das Forças Armadas que não me dá informações, a Abin tem os seus problemas, tem algumas informações, só não tem mais porque tá faltando realmente... temos problemas... aparelhamento, etc. A gente não pode viver sem informação”, disse o presidente.

“Então essa é a preocupação que temos que ter: a questão estratégia. E não estamos tendo. E me desculpe o serviço de informação nosso —todos— é uma vergonha, uma vergonha, que eu não sou informado, e não dá para trabalhar assim, fica difícil. Por isso, vou interferir. Ponto final. Não é ameaça. Não é extrapolação da minha parte. É uma verdade”, emendou, pouco depois, no primeiro trecho transcrito.

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O advogado-geral da União, José Levi Mello, pediu ao ministro Celso de Mello, do STF, que permita ao governo divulgar somente as falas de Bolsonaro feitas na reunião do dia 22 de abril, excluindo referências feitas por ele a outros países e também manifestações dos demais participantes do encontro.

A manifestação da AGU vai instruir a decisão futura de Celso de Mello sobre se vai dar publicidade integral ou parcial ao vídeo. A defesa do ex-ministro da Justiça Sergio Moro defende a divulgação integral da gravação.

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Segundo depoimento prestado por Moro no âmbito da investigação sobre as acusações que fez contra Bolsonaro, o presidente teria dito na reunião que iria interferir em todos os ministérios e, quanto à pasta da Justiça e Segurança Pública, se não pudesse trocar o superintendente da PF no Rio, trocaria o diretor-geral da corporação e o próprio ministro da Justiça. Esse episódio ocorreu dois dias antes de Moro pedir demissão do cargo.

Na petição, a AGU apresentou pela primeira vez a transcrição dos dois trechos que, segundo ela, teriam relação com as declarações feitas por Moro. Em linha com a estratégia de defesa do presidente, destacou que a preocupação dele seria com a sua segurança e de seus familiares, ao contrário do que alega o ex-ministro. A segurança pessoal do presidente é feita pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandado pelo ministro Augusto Heleno, um dos mais próximos a Bolsonaro.

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“Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f. minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira”, afirmou Bolsonaro, no segundo trecho.

A AGU alega que, na reunião, o presidente não faz nenhuma menção a “superintendente”, “diretor-geral” ou “Polícia Federal”. Mas há no documento Bolsonaro falando em PF, sigla comumente usada para se referir à corporação.

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Em nota, a defesa de Sergio Moro disse ter sido surpreendida com a petição da AGU, mas destacou que as declarações de Bolsonaro confirmam as acusações do ex-ministro, quando comparadas com fatos posteriores.

“A transcrição parcial revela disparidade de armas, pois demonstra que a AGU tem acesso ao vídeo, enquanto a defesa de Sergio Moro não tem. A petição contém transcrições literais de trechos das declarações do presidente, mas com omissão do contexto e de trechos relevantes para a adequada compreensão do que ocorreu na reunião —inclusive, na parte da ‘segurança do RJ’, do trecho imediatamente precedente”, disse.

“De todo modo, mesmo o trecho literal, comparado com fatos posteriores, como a demissão do diretor-geral da PF, a troca do superintendente da PF e a exoneração do ministro da Justiça, confirma que as referências diziam respeito à PF e não ao GSI. A transcrição parcial busca apenas reforçar a tese da defesa do presidente, mas reforça a necessidade urgente de liberação do vídeo na íntegra”, completou a nota, assinada pelo advogado Rodrigo Rios.

O vídeo é tido pela defesa de Moro como uma das principais provas para confirmar as declarações do ex-ministro.

Em transmissão nas redes sociais nesta noite, Bolsonaro disse que tem dois trechos de 30 segundos que interessam ao caso, mas ele afirmou que autorizaria a divulgação de todos 20 minutos de fala dele para se ver o contexto.

“O restante, a gente vai brigar, a gente espera que haja sensibilidade do relator que é uma reunião reservada nossa”, disse.

O presidente afirmou que durante os 20 minutos que interessariam à investigação tem “palavrão” e que se referiu à segurança, avaliando que sempre se preocupou mais com outros do que com ele. Ele disse não se lembrar de ter conversado com superintendentes da PF e que já esteve no passado na repartição da polícia no Rio sem ter conversado nada.

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