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Sudeste

Como vencer o debate sobre a privatização sem ter razão

Um tutorial baseado em Schopenhauer para a utilização de petistas e tucanos em mesas de bar e parlamentos em geral

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Diante da inoperãncia dos maiores aeroportos do país, a presidente Dilma Rousseff resolveu leiloar à iniciativa privada a administração dos principais terminais de São Paulo, Campinas e Brasília. Bom para os aeroportos (assim esperamos), ruim para o PT, que corre o risco de perder seu maior capital eleitoral.

É, tucano, chegou sua hora: pode partir pra cima e comparar a concessão do governo às privatizações que marcaram o governo de Fernando Henrique Cardoso. A guerra de manipulação semântica foi declarada há mais de 10 anos e você conseguiu, enfim, uma oportunidade de deixar a vergonha de lado e contra-atacar.

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Se privatização fosse o mesmo que concessão, não haveria a necessidade de duas palavras para designá-las, mas isso não importa, certo? Foi quando criticaram obsessivamente os leilões organizados na década de 1990 que os petistas iniciaram a disputa sobre os significados de privatizar.

Para o pessoal do PT, vender uma estatal significa entregar os bens do país aos ianques, e não enxugar a inchada estrutura estatal ou tentar melhorar um serviço mal prestado, como alegavam os tucanos. Como o mérito da questão nunca esteve no centro desse debate, vale tudo, e ter razão é menos importante que convencer.

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Vale, por exemplo, apelar para premissas falsas, como "tudo que o PSDB faz é ruim, portanto a privatização da telefonia foi ruim". Repitam em uníssono, petistas: ainda que o PT faça o mesmo que o PSDB, será bom, porque é feito em nome de um projeto de partido. O argumento vale ainda que os dois processos tenham, no fim das contas, as mesmas origem e intenção.

É indicado também aos petistas, em suas discussões de bar ou parlamento, ignorar o papel dos fundos de pensão públicos na compra (ou aluguel, como queira) dessas estruturas estatais. Só assim será possível dizer que os aeroportos ainda estão sob controle do Estado, mas a Vale, não. Entre todos esses argumentos, é bom guardar espaço para agressões pessoais, que costumam desempenhar um bom papel na irritação do adversário.

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Por último, uma dica para manter esse profícuo debate: é essencial ignorar a confusão entre os poderes público e privado no Brasil -- fato que, se considerado, tornaria inócua qualquer discussão acerca das privatizações. Para quem não entendeu, basta prestar atenção na preparação do País para a Copa do Mundo. Quem souber dizer onde começa o Estado e onde termina a empresa ganha uma ação ordinária.

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