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Discussão sobre Boulos na Secretaria-Geral enfrenta obstáculos nos bastidores

Nome de Boulos encontraria resistência entre movimentos sociais, partidos e Congresso

Guilherme Boulos (Foto: Mário Agra / Câmara dos Deputados)

247 - As especulações sobre uma possível nomeação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para a Secretaria-Geral da Presidência reacenderam debates dentro e fora do governo. Interlocutores do governo avaliam que o tema tem circulado nos bastidores, impulsionado principalmente pela disposição de Boulos em integrar o Executivo. Para eles, o nome do deputado enfrentaria resistências do lado dos movimentos populares. Algumas organizações acreditam que sua eventual nomeação poderia dar mais visibilidade a um único segmento, o MTST, em detrimento da diversidade de vozes do campo popular. No Congresso, há quem veja a nomeação de Boulos como fator de instabilidade.

Internamente, o PSOL enfrentará um dilema caso Boulos seja convidado para integrar o governo. Uma resolução aprovada no início do atual mandato determinou que o partido não participaria da composição ministerial, com exceção da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, em razão de sua representatividade e liderança histórica. A eventual ida de Boulos ao governo exigiria um novo acordo interno, que envolveria setores mais à esquerda da legenda. Esse movimento, no entanto, poderia gerar pressões tanto dentro do partido quanto na relação com o governo, em um momento em que o PSOL busca manter sua autonomia política sem romper com a base de apoio a Lula.

Até o momento, o Palácio do Planalto não sinalizou oficialmente qualquer movimento em direção à nomeação. No entanto, o debate em torno do nome de Boulos evidencia as complexas engrenagens políticas que cercam qualquer reformulação ministerial — e como essas escolhas reverberam além dos limites partidários.

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