Doria confronta Bolsonaro e diz que vacina será obrigatória em São Paulo
“São Paulo não é negacionista”, afirmou o governador. “Em São Paulo, a vacinação será obrigatória, exceto se o cidadão tiver uma orientação ou atestado médico de que não possa tomar a vacina”, completou
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247 - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), confrontou o presidente Jair Bolsonaro em entrevista coletiva nesta sexta-feira (16) ao falar sobre a vacina que está sendo produzida em parceria entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac, a Coronavc. Ele disse que a vacina será obrigatória no Estado.
"Eu posso garantir que aqui os 45 milhões de brasileiros serão vacinados. Em São Paulo, a vacinação será obrigatória, exceto se o cidadão tiver uma orientação ou atestado médico de que não possa tomar a vacina. Adotaremos medidas legais se houver alguma contrariedade nesse sentido. Não é possível em uma pandemia vacinar alguns e não vacinar outros. Enquanto tivermos pessoas não vacinadas em larga escala, teremos a presença do vírus", afirmou.
Leia mais sobre a coletiva na reportagem da Agência Reuters:
SP não vai politizar vacina contra Covid-19 e espera o mesmo do governo federal, diz Doria
SÃO PAULO (Reuters) - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta sexta-feira que o Estado não vai politizar o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19 e que espera que o governo federal também não o faça, “em nome de milhões de brasileiros que precisam” da imunização.
Questionado em entrevista coletiva sobre o viés político do assunto, Doria afirmou que não é razoável imaginar que o governo federal vá colocar ideologias ou visões partidárias e eleitorais sobre algo que salva vidas.
“A cada dia sem a vacina no Brasil, mais de 700 pessoas perdem a vida... A posição do governo de São Paulo é colocar a vacina absolutamente distante de qualquer debate político. Sempre foi assim, desde o início do combate à pandemia aqui”, disse o governador. “São Paulo não é negacionista.”
O Instituto Butantan tem participado do desenvolvimento da chamada CoronaVac em conjunto com o laboratório chinês Sinovac, mas a ação já foi criticada pelo presidente Jair Bolsonaro, que classificou o produto como a vacina “que um governador resolveu acertar com outro país”.
Doria disse entender que a vacina é um bem dos brasileiros e mencionou a posição do Butantan como importante fornecedor de vacinas para o Ministério da Saúde.
“Será que agora que tem a vacina, o governo federal vai negar a vacina aos brasileiros que precisam ter a vacina para terem a sua vida preservada? No que depender do governo do Estado de São Paulo, não”, afirmou.
À noite, em publicação em suas redes sociais, Bolsonaro, sem citar Doria, disse que o Ministério da Saúde irá realizar a vacinação “sem açodamento”.
“O MS irá oferecer a vacinação, de forma segura, sem açodamento, no momento oportuno, após comprovação científica e validada pela Anvisa, contudo, sem impor ou tornar a vacinação obrigatória”, disse o presidente, que tem defendido sempre que as pessoas não sejam obrigadas a se vacinar.
O governador possui reuniões marcadas para o próximo dia 21 com o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, e com o diretor da Anvisa, Antônio Barra Torres, para negociações a respeito da CoronaVac, que ainda não foi incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Na véspera, o secretário-executivo do ministério, Elcio Franco, havia indicado em entrevista coletiva que a vacina que envolve Butantan e Sinovac está no rol das que devem ser adquiridas pelo governo federal, mas que são necessários estudos de fatores como segurança, eficácia, prazos, produção em escala e preço razoável.
SEM EFEITOS COLATERAIS
Um resumo dos relatórios de testagem da vacina no Brasil será encaminhado à Anvisa na segunda-feira, mas Doria afirmou que o órgão já possui todos os dados necessários, uma vez que estes são acompanhados diariamente.
“Até aqui, sem nenhuma colateralidade --ou seja, até aqui, os testes positivos da CoronaVac, a vacina do Butantan com o laboratório Sinovac”, disse o governador.
Os testes no país estão na reta final da fase 3. Segundo o coordenador executivo do Centro de Contingência da Covid-19 no Estado, João Gabbardo, as duas primeiras fases de testagem indicaram eficácia de cerca de 98%, enquanto o Ministério da Saúde fala em um número superior a 50% para aprovação da Anvisa.
Gabbardo disse crer que a CoronaVac preencha todos os requisitos elencados pelo Ministério da Saúde para ser incorporada ao PNI.
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