Empresário aponta esquema que pode ter desviado R$ 50 milhões no governo Witzel
Segundo depoimento de Edson Torres, apontado como operador do grupo de Pastor Everaldo, a candidatura de Wilson Witzel ao governo do Rio teria contado com a ajuda financeira de um grupo empresarial acusado de posteriormente desviar cerca de R$ 50 milhões em propinas
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247 - A Procuradoria Geral da República prepara nova denúncia conta o governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, em que ele é acusado de ser "chefe de uma organização criminosa" que teria praticado os crimes de corrupção ativa e passiva, fraude a licitações e peculato contra o estado do Rio de Janeiro.
De acordo com os jornalistas Chico Otávio e Pedro Zuazo, do Globo, a denúncia tem como base documentos apreendidos e depoimento do empresário Edson Torres, apontado como operador financeiro do grupo de Pastor Everaldo.
"De acordo com o depoimento de Edson Torres, Witzel teria recebido R$ 980 mil em espécie quando era juiz federal. Os valores teriam sido entregues ao próprio Witzel e a Lucas Tristão, segundo a denúncia. Após iniciar a campanha, Edson e Victor Hugo teriam entregue ao Pastor Everaldo o total de R$ 1,8 milhão, em dinheiro que teria sido parcelado de abril até o final do segundo turno. Após as eleições, segundo a denúncia, o grupo que aportou recursos financeiros na campanha do então candidato teria fatiado as secretarias e estatais "com o escopo de ter retorno econômico": Helio Cabral teria assumido a presidência da Cedae por indicação do Pastor Everaldo; Edmar Santos teria assumido a Saúde por indicação de Edson Torres; Juarez Fialho, que era sócio de Victor Hugo, teria assumido a Secretaria das Cidades e, interinamente, a Secretaria de Trabalho e Renda", diz trecho da reportagem.
Segundo o empresário, o grupo teria montado uma "caixinha da propina" que, segundo Edson Torres, entre janeiro de 2019 e julho de 2020 teria arrecadado vantagens indevidas no valor de aproximadamente R$ 50 milhões.
A denúncia traz imagens de anotações que teriam sido feitas de próprio punho por Wilson Witzel que indicam que ele teria conhecimento dos honorários recebidos pelo escritório advocatício de Helena Witzel. O caderno de anotações foi apreendido pela Polícia Federal dentro de uma bolsa de Helena, no Palácio Laranjeiras. Também foram denunciados a ex-primeira-dama Helena Witzel e outras dez pessoas.
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