Escritório do crime no Méier tinha metas, treinamento e faturava R$ 4 milhões por mês
Polícia Civil desmonta central de estelionato que operava como empresa profissional e aplicava golpes em aposentados no Rio de Janeiro
247 - O que parecia mais um centro de telemarketing na movimentada Zona Norte do Rio de Janeiro revelou-se um sofisticado “escritório do crime”. A operação da Polícia Civil, realizada nesta quarta-feira (26/3) por agentes da 35ª DP (Campo Grande), desmantelou uma central de estelionato instalada no bairro do Méier, onde mais de 50 pessoas foram detidas, destaca o Metrópoles.
Segundo as investigações, o local funcionava com uma estrutura empresarial, com hierarquia, metas de desempenho, treinamento e argumentação roteirizada. Os alvos dos criminosos eram aposentados e pensionistas, que eram convencidos a renegociar dívidas ou contratar novos empréstimos. Os dados das vítimas eram obtidos de forma ilegal e os valores dos contratos, desviados diretamente para contas controladas pela quadrilha.
“O grupo operava com metas de captação, como em uma empresa formal”, explicou um dos investigadores. Os “funcionários” seguiam scripts detalhados e tinham prazos para alcançar resultados. A Polícia Civil estima que os golpistas movimentavam aproximadamente R$ 4 milhões por mês.
Durante a ação, os policiais apreenderam diversos materiais, incluindo anotações, computadores e celulares, que agora passarão por perícia para aprofundar as investigações. A análise desses equipamentos pode ajudar na identificação dos líderes da organização criminosa e no dimensionamento do número total de vítimas.
As investigações continuam e, segundo a polícia, os detidos sabiam que estavam participando de um esquema ilegal. A operação revelou um modelo de fraude profissionalizado, voltado a explorar uma das populações mais vulneráveis: os idosos.
