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Sudeste

Estadão detona Tarcísio e diz que "educação não é caso de polícia"

"Projeto que implementa escolas cívico-militares mostra que, para o governo paulista, parece mais importante intimidar os alunos do que estimulá-los a ler e pensar", diz o jornal

Tarcísio de Freitas (Foto: Mônica Andrade/Governo do Estado de SP)
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247 - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), enviou à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) um projeto de lei que cria o Programa Escola Cívico-Militar, que pretende ampliar a administração de algumas escolas da rede estadual também para a Secretaria de Segurança Pública, em conjunto com a Secretaria de Educação. Em editorial publicado neste sábado (9), o Estado de S. Paulo detona a ideia: "Educação não é caso de polícia".

"As escolas cívico-militares padecem de um vício de origem: a educação pública deve ser civil. É inquestionável que há centros educacionais de excelência sob administração militar, particularmente no ensino técnico-científico. Mas seus objetivos e públicos são muito distintos. Numa República democrática, políticas voltadas à educação básica têm de estar a cargo, fundamentalmente, de gestores e professores civis", defende o texto.

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O editorial ainda aponta "erros crassos" na justificativa apresentada pelo governo paulista para implementar o projeto. "O Poder Executivo sustenta que o objetivo do programa é 'complementar as ações pedagógicas e compartilhar com os estudantes valores como civismo, dedicação, excelência, honestidade e respeito'. Ora, tais valores, evidentemente, não são exclusivos dos militares. Ademais, deveria ser ocioso enfatizar que não foram poucos os militares, inclusive os de alta patente, que violentaram esses mesmíssimos valores ao aderirem ao golpismo bolsonarista, e não foram poucos os defensores da suposta 'disciplina' das escolas civico-militares que ajudaram a depredar os prédios dos Três Poderes em Brasília no infame 8 de Janeiro. Naquelas cenas degradantes, havia tudo, menos 'civismo' e 'respeito'".

O jornal afirma que o governo paulista precisa se debruçar sobre os reais problemas da Educação: "qualquer projeto voltado à melhoria da educação básica no País tem de passar, necessariamente, pela formação dos professores, pela valorização material dos docentes e, não menos importante, pela reavaliação permanente dos modelos pedagógicos. O salto de qualidade de que a educação básica tanto carece no Brasil não será dado se distribuindo pequenas fardas para crianças, tampouco enchendo as escolas de policiais militares aposentados à guisa de prover segurança e disciplina".

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