Estudantes ocupam escola em Barueri (SP); PM de Doria cerca o prédio
Os estudantes da escola Lenio Vieira de Moraes protestam contra a intenção do governo Doria (PSDB) de encerrar as atividades da parte estadual da escola
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Brasil de Fato - ma escola em Barueri, na região metropolitana de São Paulo (SP), foi ocupada por cerca de 20 estudantes secundaristas na tarde de segunda-feira (16). Ao saberem da ocupação, professores e parentes foram até a porta da instituição.
*Notícia atualizada às 23:37
A Polícia Militar foi chamada pela Guarda Civil e, segundo os estudantes, está cercando o prédio. Eles relatam que os policiais chegaram ameaçando invadir a escola e golpearam a porta dos fundos.
"A gente não sabe como eles vão reagir. Mas a gente tem medo que eles entrem e façam o que der na telha deles", disse ao Brasil de Fato, por telefone, um dos estudantes.
Um vídeo mostra a abordagem truculenta de um policial à professora Ângela Soares no momento em que ela estava na porta da escola e dizia estar tentando orientar os alunos.
"Quando eu soube da ocupação, eu vim pra cá porque sou professora também e a gente sempre quer ajudar. Quando eles chegaram, começaram a ameaçar os alunos, dizendo que iam entrar, abrir o portão, que ia 'ficar feio' pra eles. Quando eu percebi que um dos policiais estava tentando abrir o portão, fiquei com medo de a polícia entrar e descer o cacete neles. Aí eu intervi e falei pro policial ‘você não pode fazer isso, eles são menores, você só pode conversar com eles na presença dos pais’", explicou.
Segundo a professora, com a chegada de uma equipe da TV Globo ao local, o clima mudou e não há mais ameaças diretas aos estudantes.
A ocupação
A escola Lenio Vieira de Moraes tem atualmente uma gestão compartilhada entre a prefeitura de Barueri e o governo de São Paulo. Os estudantes protestam contra a intenção do governo Doria (PSDB) de encerrar as atividades da parte estadual da escola – de ensino médio – e de ceder o prédio para ampliação da unidade gerida pelo município – de ensino fundamental.
De acordo com uma representante do grêmio estudantil do colégio, uma assembleia decidiu pela ocupação como "última saída" após tentativas de diálogo. Ela explicou ao Brasil de Fato que, mesmo sem qualquer comunicado oficial sobre o fechamento, os secundaristas já tiveram as matrículas realocadas para unidades de ensino em locais distantes.
"Vamos ficar aqui até atenderem nossas demandas serem atendidas", afirmou.
A estimativa do grêmio é de que mais de 300 estudantes sejam impactados com o encerramento das atividades da unidade estadual – são seis turmas de ensino regular e outras seis na modalidade de Educação para Jovens e Adultos (EJA).
Um dos representantes dos estudantes também lembra que a escola já foi ocupada, em 2015, quando os alunos resistiram ao fechamento da instituição.
O Brasil de Fato tentou contato por telefone com a Secretaria de Educação, mas não obteve resposta. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou estar apurando a situação.
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