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Sudeste

Fiocruz e Instituto Oswaldo Cruz começam testes de vacina contra malária

Testes sero feitos em animais e, depois, em voluntrios humanos; de acordo com a Organizao Mundial da Sade (OMS), mais de 200 milhes de casos de malria so registrados a cada ano no mundo, com cerca de 600 mil a 700 mil mortes

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Agência Brasil - O Instituto Oswaldo Cruz e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) já estão testando em animais algumas formulações que poderão levar ao desenvolvimento de uma vacina contra a malária no Brasil. As duas instituições representam o Centro de Referência do Ministério da Saúde para Malária Fora da Região Amazônica. A Amazônia concentra entre 10% a 12% da população brasileira, 10% do Produto Interno Bruto (PIB) e 99,7% dos casos de malária registrados a cada ano no país.

“Passada essa fase [testes em animais], a ideia é entrar em ensaios clínicos”, disse hoje (25) à Agência Brasil o chefe do Laboratório de Pesquisa em Malária do Instituto Oswaldo Cruz, Cláudio Ribeiro. Segundo ele, os testes clínicos serão efetuados com voluntários, visando a verificar a inocuidade, ou seja, se a substância que vai ser injetada não faz mal a quem a recebe. Em seguida, os pesquisadores observam se há uma resposta imunológica do paciente e se essa resposta é forte o suficiente para proteger o indivíduo da infecção. “Aí, estaremos prontos para fazer ensaios em populações”.

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Segundo Ribeiro, os pesquisadores querem chegar a uma vacina que protegeria ao mesmo tempo contra a malária e a febre amarela. Ele disse que, no entanto, embora venha despertando o interesse de várias instituições internacionais, no intuito de eliminá-la, a malária ainda pode ser considerada uma doença de pessoas negligenciadas. “Onde não tem dinheiro é que tem malária”, observou.

No Brasil, em 2011, foram registrados 263 mil casos contra 320 mil no ano anterior. E, de acordo com o pesquisador, um fato que chama a atenção é a ocorrência de malária fora da área de transmissão, conforme divulgado pelo Programa Nacional de Controle da Malária do Ministério da Saúde. Ribeiro ressalta que a importância desse fato é que, embora sejam poucos casos, eles aparecem em lugares onde os médicos não veem comumente a doença. Daí, o diagnóstico, muitas vezes, não é considerado. “A malária, proporcionalmente, mata mais fora da região amazônica do que dentro”.

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Ribeiro informou que indivíduos que têm a malária diagnosticada em cidades como o Rio de Janeiro, São Paulo ou Belo Horizonte, por exemplo, têm 60 vezes mais chance de vir a morrer, do que se a doença for diagnosticada na região amazônica. “Isso porque, aqui, o médico não pensa no diagnóstico e confunde a doença com dengue e outras síndromes febris”.

Por isso, a Fiocruz se preocupa em informar viajantes, turistas, militares e, em especial, médicos fora da região endêmica, que um episódio febril em alguém que volta de uma viagem a áreas de transmissão no Brasil, na Ásia e na África pode ser malária. “Isso pode salvar vidas”. É a chamada “malária do viajante”.

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O pesquisador revelou que, na Amazônia, mais de 60% dos casos são diagnosticados nos 3.500 postos de saúde da região nas primeiras 48 horas, “o que faz toda a diferença para salvar a vida do paciente, no caso da espécie Plasmodium, tipo de parasita que causa a malária e que mata”. Ele destacou que é uma necessidade os médicos considerarem que malária “é uma emergência médica e tem que ser tratada imediatamente”.

A Fiocruz e o Instituto Evandro Chagas, também ligado ao Ministério da Saúde, abrigam dois centros de primatologia, onde são desenvolvidos estudos para o desenvolvimento de vacinas que podem salvar vidas de pacientes com malária.

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De acordo com estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 200 milhões de casos de malária são registrados a cada ano no mundo, com cerca de 600 mil a 700 mil mortes. Dessas, 80% são crianças com menos de 5 anos e mais de 90% estão na África, abaixo do deserto do Saara.

Ribeiro ressaltou que, graças ao aporte financeiro de instituições como a Fundação Melinda e Bill Gates, pesquisadores do mundo inteiro dispõem hoje de R$ 2 bilhões por ano para realizar pesquisas que permitem vislumbrar a eliminação da malária do planeta. Ele avaliou, porém, que seriam necessários R$ 6 bilhões por ano para atingir esse objetivo.

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