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Intervenção federal no Rio não combateu milícias e abriu portas para corrupção, diz Tarcísio Motta

Em entrevista à TV 247, o deputado avaliou a operação da Polícia Federal que investiga indícios de corrupção na intervenção na Segurança Pública do Rio

Deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ) (Foto: Bruno Spada/Agência Câmara)

247 - O deputado federal Tarcísio Motta (PSOL-RJ) concedeu nesta terça-feira (12) entrevista à TV 247, na qual avaliou a operação da Polícia Federal contra indícios de corrupção na intervenção federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro em 2018, que teve entre os alvos o ex-interventor Walter Braga Netto. Ao avaliar a intervenção no Rio de Janeiro, Motta disse que foi uma política que tinha para dar errado. "Sob o pretexto de melhorar a segurança, a intervenção acabou por abrir portas para a corrupção, com licitações superfaturadas para a compra de equipamentos, armas e coletes", afirmou o parlamentar.

Motta foi incisivo ao afirmar que pessoas poderosas se beneficiaram dessas práticas, enquanto o dinheiro público escoava indevidamente. "O que esta operação revela é exatamente isso. A intenção de moralizar a Segurança Pública era uma desculpa esfarrapada para militarizar ainda mais o Rio de Janeiro, e enquanto isso muita gente acabou ganhando dinheiro público indevidamente," declarou o deputado.

Além disso, Tarcísio Motta criticou a falta de investigações adequadas relacionadas ao assassinato da vereadora Marielle Franco. O deputado argumentou que a decisão política de não chegar aos responsáveis políticos pelo crime, como as milícias e a elite política do Rio de Janeiro, foi deliberada. Segundo o deputado, isso ocorreu porque as investigações poderiam atingir setores influentes da sociedade carioca que têm mantido seu poder por muitos anos. "Já era uma decisão de não avançar, porque eles sabiam que iriam chegar aonde não queriam," disse Mota, insinuando que a verdadeira justiça poderia ser evitada para proteger interesses ocultos.

Em relação à delação premiada do ex-PM Elcio Queiroz, acusado de participar do assassinato de Marielle, Tarcísio Motta levantou uma questão intrigante. Ele apontou que o planejamento do crime começou antes mesmo da intervenção federal no Rio de Janeiro, o que levanta dúvidas sobre a relação entre os dois eventos. No entanto, Motta expressou pouca expectativa de que a investigação oficial chegue a apontar alguma ação deliberada por parte do então interventor, General Braga Netto, para obstruir a apuração. Assista à entrevista: